Quinta Avenida

Johnny Hodges – expoente do saxofone-alto

John Cornelius Hodges (Johnny Hodges), era exímio em vários instrumentos musicais mas, fixou-se no sax-alto e se tornou um verdadeiro mestre. Ele nasceu na cidade de Cambridge-Massachusetts a 25 de julho de 1907 e cresceu no South End de Boston. Vizinho do também saxofonista Harry Carney com quem foi membro por muitos anos da lendária black band do pianista Duke Ellington. No início da carreira, recebeu dos amigos o apelido de Rabit (Coelho).

Johnny Hodges

Após iniciar carreira ainda adolescente, começou a trabalhar com os músicos Lloyd Scott, Sidney Bechet, Luckey Roberts e o baterista Chick Webb. Quando Ellington expandiu sua orquestra em 1928, foi recomendado pelo clarinetista Barney Bigard, que contratasse Hodges. Sua forma de tocar tornou-se um dos sons que identificavam a orquestra. Entre 1951 e 1955, Hodges se afastou de Ellington, para dirigir a própria corporação musical, mas retornou em 1956, por ocasião da apresentação destacada de Ellington no Newport Jazz Festival.
t Elemento proeminente da black band de Duke Ellington, Johnny Hodges teve a oportunidade de se apresentar na história apresentação da big band do clarinetista Benny Goodman no Carnegie Hall em janeiro de 1938. Na ocasião Goodman o descreveu como sendo “de longe o maior homem no sax-alto que já ví”. John Coltrane, chegou a considerá-lo seu primeiro modelo no saxofone, chegando a chamá-lo de o maior saxofonista do mundo”.
A prática de Ellington de compor temas musicais especificamente para os membros da orquestra resultou nas especialidades executadas por Hodges como: “Confab With Rab” (Confabular com o Coelho), “Jeep´s Blues” (O blues do jeep), “Sultry Sunset” (Por do sol quente), e “Hodge Podge” (Confusão). Outras canções gravadas pela orquestra que destacam o som suave do saxofone alto de Hodges são “Mazenta Haze” (névoa magenta) e “Prelude To A Kiss” (Prelúdio para um beijo).
Johnny Hodges tinha um som puro e economia de melodia tanto no blues quanto nas baladas, rendendo-lhe a admiração de músicos de todas as épocas e estilos, de Ben Webster e John Coltrane, que atuaram com ele quando liderava a própria orquestra na década de 1950. Um estilo de tocar altamente individualista, que apresentava o uso de um vibrato amplo e muito deslizamento entre notas musicais arrastadas e imitado por outros instrumentistas. Como foi evidenciado em composições de Ellington, ele ganhou os apelidos de Jeep e Rabbit (coelho). De acordo com Johnny Griffin porque Hodges parecia um coelho, sem expressão no rosto enquanto tocava sua bela música.
t Na década de 1940, Hodges tocou com o Conn 6M, um tipo de saxofone reconhecível pelo mecanismo da chave de oitava na arte inferior do braço do instrumento e, mais tarde, um saxofone Buescher 400, reconhecível pela braçadeira em forma de V. No final da carreira, na década de 1960, tocava um Vitn Le Blane Rationale, instrumento com mecanismos de chave incomuns, fornecendo várias dedilhações alternativas e posicionamento do orifício de tom, o que dava afinação superior. Os saxofone de Hodges era banhado a prata e extensivamente gravado na campana, arco, corpo e copos de chave do instrumento.
As últimas apresentações de Hodges foram realizadas no Imperial Room em Toronto-Canadá, menos de uma semana antes de seu falecimento a 11 de maio de 1970, por um ataque cardíaco sofrido durante uma visita ao consultório de seu dentista. As últimas gravações estão na “New Orleans Suite”, que estava apenas pela metade quando ocorreu sua morte. Ele foi casado duas vezes: teve uma filha com a primeira esposa, Bertha Pettiford e um filho John C. Hodges II. Com a segunda esposa, Edith Cue, teve uma filha Lorna Lee.
Duke Elligton, ao tomar conhecimento da morte de Hodges, declarou: “A orquestra nunca mais soará a mesma sem Johnny”. No elogio fúnebre à Hodges, Ellington declarou: ”Nunca foi o showman mais animado do mundo ou a maior personalidade de palco, mas tinha um som tão bonito que às vezes, trazia lágrimas aos olhos de quem o ouvia – este era Johnny Hodges. Este é Johnny Hodges”. Os leitores que admiram o som característico e belo do saxofone-alto executado por um mestre no instrumento, podem passar momentos de enlevo e prazer, acessando o YouTube.

Johnny Hodges and his Orchestra

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