Política

Luiz Fernando pede CPI na Alesp para investigar fraudes na venda de imóveis populares em São Paulo

“É Uma CPI para investigar as empreiteiras que estão usando esses benefícios irregularmente, deixando de atender a população e lucrando muito”, disse o deputado

O deputado estadual Luiz Fernando (PT-SP) está colhendo assinaturas de outros parlamentares para a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa. O objetivo é investigar fraudes praticadas por construtoras na venda de imóveis que deveriam ser destinados à população de baixa renda, contando com incentivos municipais, estadual e federal.

A questão veio à tona recentemente em razão de supostas fraudes na venda de Habitação de Interesse Social (HIS) na cidade de São Paulo – 11 incorporadoras já foram, inclusive, penalizadas.

As irregularidades envolvem unidades classificadas pelas construtoras como destinadas à população de baixa renda (contando muitas vezes com incentivo do Programa Minha Casa Minha Vida) a fim de receber isenções e benefícios, mas na prática são vendidas para um público que não se enquadra em tal condição.

No caso da cidade de São Paulo, segundo reportagem do UOL, há casos em que o metro quadrado ultrapassa os R$ 19 mil – deixando claro que a função social não está sendo exercida.

“Estou indo ao Ministério Público Federal, ao Ministério Público de São Paulo e propondo uma CPI na Alesp para investigar. Não é uma CPI contra governos municipais, estadual ou federal, mas para investigar as empreiteiras que estão usando esses benefícios irregularmente, deixando de atender a população que realmente precisa e lucrando muito”, disse Luiz Fernando.

O Plano Diretor de São Paulo prevê, desde 2014, uma série de benefícios para as construtoras que constroem imóveis para pessoas de baixa renda, especialmente a possibilidade de construir prédios mais altos sem pagar a mais pelo excesso. No entanto, segundo a lei, os imóveis só podem ser vendidos para pessoas que de fato estão na faixa salarial prevista. Para essa análise, é considerada a renda familiar bruta: a HIS-1 é para famílias que ganham até três salários-mínimos, e a HIS-2 para aqueles que ganham de três a seis. Já a Habitação de Mercado Popular (HMP) só pode ser vendida para quem ganha entre seis e dez salários-mínimos.

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