O presidente do PT em São Paulo e ex-prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, em entrevista exclusiva à Folha do ABC, revelou que o atual momento é dedicado à reestruturação do partido no Estado e ainda que o PT já está alinhado para as eleições municipais de 2020.
Marinho define que o ano de 2016 foi muito difícil para a legenda. “Foi o fundo do poço. O PT sofreu um massacre, nacionalmente, do antipetismo. Já em 2018, reconhecidamente, só não ganhamos a quinta eleição consecutiva a presidente do Brasil, devido ao descaramento, a desonestidade e a patifaria toda coordenada pelo juiz Sergio Moro, que levou a tirar o Lula do jogo, em 2018. E, não bastou tirá-lo do jogo, tiveram que calá-lo, para não dar entrevista e beneficiar o (então candidato) Fernando Haddad. É bom lembrar ainda que desde a Constituição de 1988, foram oito eleições, e o PT ganhou quatro delas e poderia ter ganhado a quinta”, ressaltou.
Os próximos meses, setembro e outubro, serão decisivos para o PT. “Haverá eleição das direções municipais e dos delegados às etapas, estadual e nacional, no 7º Congresso, que será realizado em todo o país no dia 8 de setembro, em votação direta pelos filiados e filiadas. Também haverá eleição no Diretório Nacional, que será realizada durante a própria etapa nacional do Congresso. Já as etapas estaduais serão realizadas nos dias 19 e 20 de outubro próximo”, conta.
Os membros da cúpula do PT do ABC têm procurado dialogar com as lideranças e filiados da região para buscarem, em conjunto, possíveis definições quanto aos melhores nomes para disputarem as eleições do próximo ano. “Olhamos para 2020 com esperança e expectativa. Vamos orientar o processo de possibilidade das candidaturas nas cidades e ter também uma conversa com os potenciais partidos aliados, na da construção das chapas majoritárias e a busca de fortalecer as chapas proporcionais do PT na região toda”, afirmou Marinho. Segundo o presidente estadual, no ABC, é dado com certo o lançamento de candidaturas petistas às prefeituras de Santo André, com Eduardo Leite; São Bernardo, com o ex-prefeito Luiz Marinho; Diadema, o ex-prefeito José de Filippi e Mauá, com o ex-prefeito Oswaldo Dias ou o vereador Marcelo Oliveira. “Em Ribeirão Pires ainda estamos em composição e São Caetano, avaliando a possibilidade”, revelou.
Governo municipal- O presidente ainda faz uma avaliação da atual administração. “A cidade tem, hoje, toda condição de avaliar o que fez o nosso governo, em oito anos e o que está fazendo o nosso sucessor, em quatro anos. Comparar a qualidade de gestão e de governo. Não simplesmente pelas obras executadas, mas, olhar para a população. E isso, temos uma grande diferença. O atual governo não tem relação de respeito, acolhimento e carinho com as pessoas, em especial, as da periferia”, conta.
Análise de 2018- Segundo Marinho, o cenário eleitoral de 2018 ficou comprometido. “Além das delações fajutas do Antonio Palocci e outros, está cada vez mais claro, que condicionaram o processo, porque se fossem ser levadas a sério, o Sergio Moro teria que responder e ir para a cadeia, porque é isso que merece pelo que fez e aprontou, junto com o Dellagnol e companhia limitada. É um crime. E, não fosse a tal facada o Haddad seria presidente. Facada que, cada vez mais, fica dúvida, se foi um acontecimento ou algo planejado. É bem possível. Não estou afirmando, mas, cada vez mais aumenta o grau de desconfiança”, enfatizou.
Disputa em 2022- Para as eleições daqui a três anos, Marinho revela que a intenção é ter como candidato o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O nosso desejo é libertar o Lula, até lá, e que ele chegue com condições de ser candidato. Não sendo, o Haddad está preparado para, de novo, assumir o bastão e tocar esse desafio”, disse.