O Dia do Trabalho, tradicionalmente comemorado com shows e programação especial para os trabalhadores, neste ano, com a pandemia do coronavírus, será diferente. Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, Cícero Martinha (foto), o momento será de união. “A união dos trabalhadores em torno do Sindicato fortalece a nossa luta, fazendo a diferença em momentos difíceis como este que estamos vivendo”, afirmou. Confira a entrevista exclusiva.
FOLHA DO ABC- Como será a celebração do Dia do Trabalhador neste 1º de maio e como o Sindicato tem se mobilizado na questão econômica, neste período de pandemia?
Cícero Matinha– O 1º de Maio neste ano será diferente. Principalmente pela pandemia do coronavírus, mas não só. O vírus que nos ronda levou as centrais sindicais a optarem por um evento virtual, mantida a unidade nas bandeiras de luta, em vez da aglomeração em local público, como sempre foi a celebração do Dia do Trabalhador. As razões vão além do coronavírus. A começar pela retirada de direitos trabalhistas que começou no governo Temer, em novembro de 2017, com a reforma trabalhista (lei 13.467) e prosseguiu com as várias investidas contra a organização dos trabalhadores no governo Jair Bolsonaro.
Nesse contexto, a pandemia do coronavírus agravou mais ainda a difícil realidade vivida pelos trabalhadores e trabalhadoras. Assim, o Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá agiu rápido e iniciou as negociações com as empresas visando a preservação de postos de trabalho e a saúde dos trabalhadores. Até o momento, o Departamento Jurídico do Sindicato já fechou mais de 100 acordos com empresas de todos os portes. São acordos de suspensão temporária de contrato de trabalho ou de redução de jornada de trabalho, conforme medidas provisórias baixadas pelo governo, mas indo além.
Vale destacar que, apesar das tentativas do governo de afastar os sindicatos das negociações, as próprias empresas têm reconhecido a importância da participação do nosso Sindicato nas discussões dos acordos. Esse reconhecimento se deve à história de luta construída pelo Sindicato ao longo de seus 87 anos, a serem completados no próximo dia 23 de setembro.