No sábado, (8), tive a oportunidade conhecer o Memofut, Literatura e Memória do Futebol Brasileiro. O grupo se reúne mensalmente, geralmente no primeiro sábado de cada mês nas dependências do Pacaembu (Praça Charle Miller, s/ nº), para discutir a preservação do esporte mais popular do Brasil.
A assembléia ordinária do mês teve como tema central o Dia Internacional da Mulher. Não poderia ser diferente por motivos óbvios. O futebol feminino é mais recente, mas a luta pelo reconhecimento já ultrapassa algumas décadas e cresce a cada dia que passa. Mais uma conquista das mulheres em um mundo considerado essencialmente masculino.
Fui convidado pelo secretário adjunto de Comunicação do governo Gilvan Júnior, Samuel Boss, e pelo membro do Memofut, Daniel Alcarria. Eles são parceiros no projeto que estamos elaborando para implantar ainda este ano em Santo André: o Festival de Futebol de Paranapiacaba. Esse evento vai movimentar as categorias de base, importantíssimo para a continuidade da modalidade. Quem sabe, no futuro, descobriremos um novo Rei Pelé.
Tive a chance de apresentar o projeto e convidá-los a conhecer o primeiro campo de futebol com medidas oficiais do Brasil, sediado na famosa Vila inglesa, hoje totalmente restaurado. Ao lado do campo temos também o Memorial Charles Miller, onde estão guardadas as relíquias do nosso futebol. Foi um momento único e de muita emoção!
O Memofut foi fundado no dia 31 de março de 2007 por 16 pessoas interessadas na literatura e na memória futebolística brasileira. A inauguração do Museu do Futebol, no dia 29 de setembro de 2008 em um espaço de 6.900 m² dentro do Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, coroou o esforço do grupo nessa caminhada pela preservação histórica do futebol.
O Museu, inclusive, foi um dos pioneiros do país na utilização de recursos audiovisuais e interativos. O acervo possui objetos e imagens desde o início do esporte com Charles Miller até os dias atuais. Quem for visitar pode conferir, por exemplo, a história das Copas do Mundo (o Brasil é a única nação que esteve presente em todos os mundiais desde 1930); os principais jogadores que marcaram época na seleção brasileira e nos clubes, entre tantos outros atrativos como o Encontro de Colecionadores de Figurinhas, o Espaço Dente de Leite, as brincadeiras lúdicas e a exposição temporária Vozes da Várzea, que vai até o dia 27 de abril. É a história viva do futebol como parte da identidade cultural brasileira. Fica aberto de terça a domingo, das 9h às 18h.
O 172º encontro do Memofut foi marcado por uma extensa programação durante toda a manhã até o início da tarde de sábado. O coordenador Alexandre Andolpho abriu os trabalhos. Na sequência acompanhamos o jogo preliminar das mulheres São Paulo x Flamengo e seguimos com as palestras da consultora sobre história do esporte e pesquisadora independente Aira Bonfim e do bacharel em Biblioteconomia e História pela USP, o são-paulino Ademir Takara. Em parceria com Domingos D’Angelo, escreveu também a obra ”Bibliofut, a literatura do futebol brasileiro”, em 2019.
Depois de uma rápida pausa para um cafezinho e fotos, encerramos o evento com a palestra “1959- O Brasil não é só futebol… mas é muito futebol”, com o economista e pesquisador Humberto Mariano.
As próximas reuniões do ano já estão agendadas para 5 de abril; 17 de maio; 7 de junho; 5 de julho; 2 de agosto; 6 de setembro; 4 de outubro; 8 de novembro; e 6 de dezembro. Sempre com uma atração diferente relativa ao futebol brasileiro.
Como se vê, a depender dos memorialistas e historiadores do Memofut a preservação do nosso futebol será eterna e destinada para conhecimento de todos os torcedores. Desde os primeiros anos da criança que passa a idolatrar um time até a terceira idade, personalidades de várias lembranças de fanatismo envolvendo o clube de seu coração.
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