O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, participou, na sexta (14), de evento na Mercedes-Benz, em São Bernardo, que marca a primeira grande venda de veículos comerciais (ônibus e caminhões) no âmbito do programa de renovação de frota do governo federal.
O programa estabelece um mecanismo de desconto para facilitar a compra de veículos mais sustentáveis por autônomos e pessoas jurídicas. Além de aquecer o mercado automotivo e manter funcionando a cadeia produtiva do setor, o programa contribui para colocar em circulação veículos com mais eficiência energética e, portanto, menos poluentes.
As primeiras vendas, anunciadas nesta sexta-feira pela Mercedes-Benz, envolvem 110 ônibus — 90 modelos urbanos e 20 rodoviários — e 6 caminhões modelos extrapesados adquiridos a partir da entrega de modelos antigos para reciclagem. Ônibus e caminhões zero km proporcionam maior eficiência, economia no consumo de combustível e baixo custo operacional, além de mais segurança nas estradas.
Durante o evento, Alckmin ressaltou os benefícios do programa de renovação de frota e expressou otimismo com a evolução do programa, a exemplo do sucesso registrado com o braço do programa voltado aos carros de passeio, encerrado na semana passada com cerca de 125 mil veículos vendidos. “No caso dos pesados, também vai ser um sucesso”, apostou. Ele lembra que o processo é naturalmente mais lento porque envolve retirada de outro veículo pesado antigo de circulação. Os ônibus e caminhões velhos devem ser encaminhados para a reciclagem do setor de siderurgia antes de a nova compra ser efetivada.
O vice-presidente celebrou as vantagens da renovação da frota do país. “Veículo muito velho polui 20 vezes mais. [A troca por novos veículos] Vai melhorar a qualidade do ar, contribuir para a saúde. Tem frenagem moderna, evita morte. Ou seja, é menos poluente, mais confortável, evita acidentes, salva vidas”, resumiu. Logo após o evento, ao conversar com jornalistas, o ministro afirmou que o governo federal está estudando um modelo mais permanente de renovação de frota para ônibus e caminhões.
Por ora, o prazo termina quando acabarem os recursos: foram disponibilizados R$ 700 milhões para caminhões e R$ 300 milhões para ônibus, em forma de crédito tributário para as montadoras, com descontos que variam de R$ 33 mil a R$ 99 mil por veículo.
Roberto Leoncini, vice-presidente de Vendas & Marketing Caminhões e Ônibus da Mercedes-Benz, fez coro com o ministro. “Estamos colocando em circulação 110 ônibus novos e tirando das ruas 110 veículos velhos, com mais de 20 anos de fabricação. São modelos que consomem menos combustível, emitem menos poluentes e são muito mais seguros e eficientes”, afirmou.
Ele considera o programa do governo federal importante em três aspectos: ambiental (incentivo à descarbonização, reciclagem e economia circular), social (mais segurança viária e conforto para passageiros, melhores condições de trabalho aos operadores) e econômico (estímulo à venda dos veículos reaquece o setor e gera emprego).
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, também presente ao evento, reforçou o papel essencial do programa de renovação da frota na manutenção dos empregos no setor automotivo. Ele fez um breve balanço da criação de empregos no país, que chegou em maio a um saldo de 156 mil novos postos. Ele atribuiu a defasagem entre o resultado e a meta almejada (180 mil novas vagas) à decisão do Banco Central de não reduzir a taxa de juros. Com a tendência de queda a partir de agosto, a previsão, segundo Marinho, é fechar o ano com pelo menos mais 2 milhões de empregos formais no país. “Precisamos de crescimento constante para que possamos gerar emprego e renda. Qualificação, informação, educação e investimento em políticas públicas”.
Também discursou no evento Aroaldo Oliveira da Silva, diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e Presidente da IndustriALL Brasil. Ele ressaltou a capacidade da indústria de alavancar a economia e lembrou que o caminho passa pela transição energética, descarbonização, tema discutido na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, que ocorreu na quinta (14), e que ele acompanhou. “Nossa matriz energética é limpa. Temos todos os elementos para reconstruir e desenvolver produtiva, tecnológica, econômica e socialmente o país”, concluiu.
“Uma alegria ver a retomada da produção e a recuperação da indústria, em especial em São Bernardo, e esperamos que essas medidas de incentivo tributário se tornem permanentes para que a economia volte a ser aquecida. Esta foi uma medida provisória, mas que precisa se tornar lei. Quem não conseguiu comprar um veículo dentro do prazo da medida vai ter que pagar mais caro? Não está certo isso”, destacou o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando.