Política

Morando: “recebemos a cidade com R$ 1,2 bilhão de dívidas”

O prefeito Orlando Morando, São Bernardo, apresentou, na quinta (26), um novo balanço da situação financeira encontrada na cidade, deixada pela antiga administração. “No dia 4 de janeiro, quando fizemos o primeiro balanço, recebemos uma dívida de R$ 143 milhões, e agora, encontramos mais R$ 53 milhões de restos a pagar, que não havíamos recebido na transição, e que não haviam sido identificados, que totalizam R$ 196 milhões”, anunciou Morando.

Na ocasião, foi realizada uma comparação entre os dados da situação financeira, na qual o ex-prefeito Luiz Marinho recebeu a cidade, no dia 1 de janeiro de 2009, e como Marinho entregou a cidade, no dia 1 de janeiro de 2017.

O secretário de Finanças, José Luiz Gavinelli, apresentou o balanço de toda a dívida consolidada da cidade. “Enquanto que em 31 de dezembro de 2008 foram deixados R$ 84,9 milhões em caixa, e de restos a pagar, um total de R$ 78 milhões; em 2017, nós recebemos caixa de R$ 2,9 milhões, sendo R$ 143,4 milhões de restos a pagar. Ou seja, enquanto recebemos cerca de R$ 140 milhões em déficit, o governo Marinho recebeu, em 2008, o caixa positivo em R$ 14 milhões”, revelou.

Segundo Gavinelli, a dívida total herdada recebida pelo governo de Luiz Marinho, em 2009, foi de R$ 289 milhões, porém, a deixada pela sua administração foi de R$ 1,2 bilhão. “Em relação aos precatórios judiciais, receberam com R$ 95,5 milhões e deixaram R$ 143 milhões e de dívida com a Sabesp, receberam com R$ 19 milhões e nos deixaram R$ 121,5 milhões”, afirmou.

Os problemas financeiros da antiga gestão também foram na arrecadação. A dívida ativa do município (valor a receber pelo município) era de R$ 1,5 bilhão em 2009. A atual administração herdou com um montante R$ 3,9 bilhões.

As diversas obras começadas e não concluídas espalhadas pela cidade, talvez sejam as principais afetadas pelo rombo financeiro. “Foi publicado um decreto, no dia 5 de janeiro, todas as dívidas foram suspensas de serem pagas. Os contratos das obras estão voltando para nós, para podermos reconhecer o que foi feito e esse quadro financeiro posterga a conclusão dessas obras e não há definição de prazo, temos que negociar com os fornecedores e ver a disponibilidade de recursos”, disse Morando.

O prefeito prevê que a recuperação financeira deva ocorrer, principalmente obedecendo à nova política. “O quadro financeiro é grave, mas vamos buscar a recuperação com austeridade nos gastos, implementada desde o primeiro dia de gestão.