Política

No LIDE ABC, Zema enfatiza que sua candidatura à presidência irá “até o final”

Rodrigo Ferreira La Rosa, Jarbas Marques, Naura De Nadai, Romeu Zema, Ana Carolina Serra, Paulo Serra e Carlos Azevedo

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), esteve em Santo André, nesta terça (16), onde participou do Almoço Empresarial, promovido pelo LIDE ABC, no restaurante Baby Beef Jardim.

“O governador vem fazendo um trabalho muito grande de recuperação de Minas Gerais e conseguiu ser reeleito num estado que estava passando por muitas dificuldades. Faz parte da agenda do LIDE ABC trazer os presidenciáveis. Já estivemos com o Eduardo Leite, em Gramado. É muito importante entender o que, quem vai decidir o futuro do país nos próximos anos, está pensando, seja de direita, de esquerda”, afirmou o presidente do LIDE ABC, Jarbas Marques.

Na ocasião, Zema apresentou um Balanço Geral de suas ações em 2025 e em tom moderado falou sobre o cenário eleitoral para 2026. Em seu discurso, enfatizou dados positivos do governo de Minas Gerais, que segundo ele, alcança o quarto ano seguido com contas equilibradas. “Assumi com um grande número de obras paralisadas e, hoje, é o contrário, temos um grande canteiro de obras em andamento”, disse.

O governador revelou que é notória a “mudança” no Estado. “Tínhamos um déficit de R$ 11,23 bilhões em 2018 e, em 2024, tivemos um superávit de R$ 5,18 bilhões. Então, uma melhoria contínua ao longo do tempo. Durante três anos ainda paguei salários parcelados em Minas Gerais, não tinha dinheiro para pagar a folha de pagamento na data certa, mas resolvemos isso em 2020 e 2021”, afirmou.

Zema contou que o maior problema de Minas é a dívida. A dívida herdada foi de R$ 29,85 bilhões, dos quais já foram pagos R$ 22,6 bilhões.  “O RCL é a receita corrente líquida. A oposição fala que durante a minha gestão a dívida subiu. Mentira. Subiu em valores nominais, proporcionalmente ela caiu. Devia-se 189% da RCL, caiu para 162%”, enfatizou.

Também falou que os recursos financeiros provenientes dos acordos das tragédias de Brumadinho e Mariana possibilitaram novos projetos, tais como a Linha 2 do metrô e o início das obras do Rodoanel. Ainda mencionou que os índices de criminalidade do estado registraram queda de 54% nos crimes violentos e de 65,7% no roubo consumado e roubo tentado.

PRÉ-CANDIDATO A PRESIDENTE DA REPÚBLICA

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, fala à Folha, sobre sua pré-candidatura.

À Folha, Zema repetiu, por três vezes, que sua pré-candidatura à presidência da República, lançada no último dia 16 de agosto, pelo Partido Novo, irá “até o final”.  

“O partido tem esse plano de ter um candidato à presidência da República e estarei como pré-candidato e posteriormente como candidato. Então, iremos até o final. Faz parte da nossa estratégia ter num partido um candidato à presidência, aumenta substancialmente as chances de eleger deputados estaduais e federais. O nosso plano é exatamente esse, independentemente do que acontecer com outros partidos, com outros candidatos, iremos até o final”, disse.

Zema afirmou que está “muito confortável” em ser um candidato que larga a corrida presidencial atrás, porque sabe que “tudo muda ao longo do caminho”, mencionando o cenário eleitoral de 2018. “Temos 13 meses pela frente ainda”, frisou.

O governador observou que o cenário “mais provável” que irá acontecer é haver mais de uma candidatura da direita, mas que todos os presidenciáveis acabarão juntos no segundo turno  “Temos uma boa safra de governadores, cada um estará fazendo o seu caminho, mas com toda certeza estaremos juntos no segundo turno, porque o que queremos é que a direita venha a governar o Brasil e dar uma oxigenada, já que temos hoje, um governo que olha mais pelo retrovisor do que pelo para-brisa”, destacou.

JULGAMENTO DO EX-PRESIDENTE BOLSONARO

Zema afirmou que considera o julgamento (do ex-presidente Jair Bolsonaro) “quase que” como uma perseguição política, mas é contrário ao vandalismo dos atos do 8 de janeiro. “É uma pena desmedida, como já havia acontecido com algumas pessoas referentes aos atos de 8 de janeiro. Sou contrário a vandalismo, a depredação de patrimônio público, mas a pena aplicada não foi essa. Não sou favorável, sou totalmente contrário também a algum golpe de Estado, qualquer que seja, mas não tivemos golpe, não tivemos nenhum tiro disparado, nenhum movimento armado”, disse.

Na avaliação do governador, hoje, no País, há uma Justiça “muito mais política do que uma Justiça que segue a lei”.

INELEGIBILIDADE E APOIO

Na situação de Bolsonaro não ser candidato a presidente em 2026, situação a qual Zema avalia que “muito provavelmente isso não será revertido”, o governador diz que os candidatos da direita é que vão “absorver” o legado político do ex-presidente. “Talvez aquele que tiver o apoio dele tenha até chances de absorver mais essa herança, já que temos um percentual da população extremamente ligado ao ex-presidente, que o admira muito. Então, muito provavelmente, esse apoio dele a um candidato vai fazer com que esse candidato realmente tenha algum ganho extra perante esse eleitorado”, considerou.

ANISTIA

Zema é a favor da anistia a Bolsonaro, pois avalia que ela vem para “pacificar” o País. “O Brasil já anistiou sequestradores, assassinos, assaltantes de banco e, agora, estamos falando de anistiar alguém que fez muito menos do que esses excessos cometidos no passado. E a anistia vem para pacificar o país. Precisamos ter um país que olhe para frente e não que fique eternamente com o dedo na ferida, como tem acontecido. Exaltando os ânimos”, disse. “O Brasil precisa resolver isso e olhar para o futuro”, completou.

VISITA PARA BOLSONARO

O governador de Minas, Romeu Zema, diz à Folha que, se tiver oportunidade, irá para Brasília visitar Bolsonaro.

Questionado pela Folha, se visitará, em Brasília, o ex-presidente, como fará o governador Tarcísio de Freitas, no próximo dia 29 de setembro, Zema afirmou que se tiver oportunidade irá. “Tenho uma proximidade grande com o ex-presidente e tendo a oportunidade, inclusive estive com ele pouco antes da decisão do Supremo, há cerca de 45 dias, e tendo a oportunidade irei lá, sim, e solidarizar com ele para demonstrar isso que disse, que estamos trabalhando para que haja uma pena que não seja desmedida como ocorre agora”, frisou.

APOIO DO PSDB

O presidente estadual do PSDB, Paulo Serra, fala se a vinda do governador Zema ao ABC sinaliza apoio para 2026.

O presidente do PSDB de São Paulo, e ex-prefeito de Santo André, Paulo Serra, participou do debate e revelou à Folha, que a presença do governador do Novo não sinaliza, ainda, apoio político porque os “diálogos eleitorais” para 2026 ainda estão se iniciando. “Temos bastante identidade com o modelo de gestão que o governador implementou em Minas Gerais e claro, a questão dos diálogos políticos-eleitorais para o ano que vem ainda estão iniciando, mas tenho sem dúvida nenhuma, em alguns aspectos, identidades e isso pode nos aproximar”, ressaltou. 

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