Na mesma semana em que as Prefeituras do ABC anunciaram ações com foco em Segurança, mostrando avanços no combate à criminalidade, o Brasil assistiu, estarrecido, às cenas da execução do ex-delegado-geral de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, evidenciando mais um capítulo da força do crime organizado no País.
Ruy Ferraz foi fuzilado, em uma emboscada, na noite de segunda (15), na Praia Grande, onde era secretário-municipal. O ex-delegado-geral, com cerca de 40 anos de carreira na Polícia Civil, foi o responsável pelo indiciamento de Marcola, líder máximo do PCC, nos anos 2000. Ele havia se aposentado da corporação havia dois anos.
No mesmo dia da execução, na segunda (15), em Mauá, foram entregues 30 novas viaturas para renovar a frota da Guarda Civil Municipal (GCM), com investimento anual de R$ 2 milhões, e foi anunciada a diminuição de 30% de furto, roubo e assaltos na cidade.
Na quarta (17), os sete municípios do ABC deram início à Operação Impacto Metropolitano. Trata-se da maior ação policial da história da região. A ação contou com 2 mil agentes e mais de 500 viaturas e helicóptero Águia patrulhando as cidades da região. A iniciativa, que contou com a presença de quase todos os prefeitos do ABC, tem como objetivo intensificar a sensação de segurança e demonstrar reforço contra delitos.
Na última semana, São Caetano também anunciou dados exitosos do Smart Sanca- Centro de Inteligência, Segurança e Emergências. Entre eles, que o município, em agosto, ficou 30 dias sem registrar roubo de veículos. Além do marco histórico, houve redução de 43,14% nos roubos em geral e de 41,67% nos furtos de veículos, segundo estatísticas da Secretaria de Segurança Pública do Estado.
Essas iniciativas expressam a preocupação e atenção dos atuais prefeitos no combate à criminalidade. Ainda que no Brasil, por lei, a segurança pública seja dever do Estado, conforme o artigo 144 da Constituição Federal, ela é responsabilidade de todos, e os prefeitos estão intensificando ações para que a queda nos índices de criminalidade da região, apontados nas últimas aferições da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), também surta efeito na sensação de insegurança da população, que ainda é constante.
Ainda assim, a execução do ex-delegado-geral Ruy Ferraz aponta para o maior risco para a segurança de todos os paulistas e brasileiros, a escalada vertiginosa das facções criminosas. Atualmente, de acordo com levantamento do jornal O Globo, de agosto de 2025, existem 64 facções em 27 unidades da federação.
Um estudo da Esfera Brasil mostra que o crime organizado se infiltrou em grandes setores da economia, como mineração, mercado mobiliário, comércio de combustíveis e transporte público, e afeta cada vez mais o crescimento econômico brasileiro.
Esse cenário evidencia que o crime organizado se tornou mais sofisticado, afrontoso e vem ganhando perfil de máfia no País. Isso exige uma resposta célere e responsável do poder público, dados os indícios de intimidação violenta contra o Estado por parte de facções. O Brasil já caminha a passos largos para se tornar um narcoestado e se não frear essa expansão na atuação das facções corre o risco de se tornar um país dominado pelo tráfico de drogas.
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