Neste domingo (25), é celebrado o Dia da Indústria. A data é uma homenagem a um setor de produção vital para a economia brasileira, que impulsiona o crescimento do país, gera empregos e promove a inovação.
O dia 25 de maio foi escolhido como Dia da Indústria em homenagem ao patrono da indústria nacional, Roberto Simonsen, que faleceu em 25 de maio de 1948. Roberto Simonsen foi um engenheiro, industrial, administrador, professor, historiador e político, além de membro da Academia Brasileira de Letras (ABL). Simonsen ainda foi presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP).
A industrialização do Brasil é considerada um processo tardio, pois teve início um século após o surgimento das primeiras indústrias na Europa. As primeiras manufaturas foram abertas no território nacional durante o século XIX, mas foi somente a partir da década de 1930 que o processo ganhou força.
Entre os anos de 1940 e 1980, o Brasil ostentou um dos maiores crescimentos mundiais, puxado pela “locomotiva da indústria” e, assim, se colocava entre as dez maiores economias do mundo. No período, a indústria alcançou quase 30% de participação do PIB.
Atualmente, a indústria ainda é responsável por uma parcela significativa do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, sendo que em 2024, a indústria respondeu por 24,7% do PIB e contribui para as exportações e investimentos em pesquisa e desenvolvimento. No ano passado, o setor industrial também empregou 11,5 milhões de trabalhadores formais, o que corresponde a 21% do emprego formal do Brasil.
Para este ano, de acordo com uma pesquisa de atividade industrial, feita com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), é esperado um crescimento no patamar de 1,3% da produção industrial.
Há cerca de um ano e cinco meses, o governo federal, com objetivo de estimular o desenvolvimento e ampliar a competitividade da indústria nacional, lançou o programa Nova Indústria Brasil (NIB), principal política de neoindustria-lização. O programa contabiliza alguns avanços, como o crescimento de 3,1% na produção industrial e impulsionamento de empregos na indústria. A NIB, desde quando foi lançada em janeiro de 2024, viabilizou R$ 3,4 trilhões de investimentos, sendo R$ 1,2 trilhão do governo federal e R$ 2,2 trilhões do setor privado.
Ainda assim, a indústria brasileira enfrenta obstáculos. Os principais desafios incluem o excesso da carga tributária, a dificuldade na concessão de créditos, a alta taxa de juros, a necessidade de modernização tecnológica, a falta de inovação e diversificação, a escassez de mão de obra qualificada, os altos custos logísticos, a falta de investimentos em pesquisa e desenvolvimento, a infraestrutura deficiente, a necessidade de adaptação à Indústria 4.0, entre outros.
A escassez de mão de obra é um dos problemas mais graves, posto que tem consequências diretas na produtividade e no crescimento das indústrias no Brasil. O “Mapa do Trabalho Industrial 2025-2027”, elaborado pelo Observatório Nacional da Indústria (ONI) da Confederação Nacional da Indústria (CNI), projeta que, para atender às demandas da indústria nos próximos anos, será necessário qualificar cerca de 14 milhões de trabalhadores. O estudo revela ainda que a operação industrial está entre as áreas que mais demandarão profissionais qualificados, no período, com uma demanda estimada de 181 mil vagas. Além disso, na Pesquisa de Escassez de Talentos 2024, do ManpowerGroup, 81% dos empregadores brasileiros relatam dificuldades para encontrar profissionais com as habilidades necessárias.
Mas, o setor industrial já se mobiliza para decifrar os fatores que envolvem a falta de mão de obra na indústria, para poder gerar estratégias para lidar com essa realidade. Na segunda (27), a FIESP promove o evento “A Força que Move a Indústria”, em sua sede, para não só celebrar o Dia da Indústria, mas para tratar do tema da falta de mão de obra na indústria.
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