Muitas vezes as imagens expressam mais do que palavras, embora juntas uma complemente a outra. A arte de fotografar consiste em capturar um momento real único, que através dos tempos formam a nossa história. Com uma câmera ou um celular, é o modo do artista interpretar a realidade, transmitindo ideias e emoções.
Quem visitou Paranapiacaba no último final de semana pôde comprovar isso na oitava edição do Festival de Fotografia. O evento trouxe trabalhos de fotógrafos renomados e premiados até no exterior.
A comunicação visual impacta a vivência de cada expositor. Cada qual com um estilo próprio de registrar o que se vê atrás das lentes. A francesa Isabeau de Rouffignac retrata como o aquecimento global influencia a vida das meninas paquistanesas com as fotos denominadas “Noivas Adolescentes”. Os extremos climáticos afetam comunidades e trazem consequências gravíssimas. Após as enchentes de 2022, famílias inteiras enfrentaram a precariedade dos campos de refugiados em lares improvisados. Para fugir dessa dura realidade, as garotas são obrigadas a casarem precocemente, ainda muito jovens.
A arte de Nario Barbosa tem como base a hereditariedade. Filho de bordadeira, o conhecido repórter fotográfico do ABC usa a técnica de bordar em suas fotos, dando cor e vivacidade aos trabalhos. No Festival de Fotografia de Paranapiacaba teve duas fotos selecionadas do cotidiano, que são reveladas constantemente na rede social através das postagens “Olhar da rua”. O olhar clínico revela o que está ali todos os dias mas passa despercebido pelas pessoas.
Estes são apenas alguns exemplos. O evento reuniu 17 expositores consagrados em cerca de 380 narrativas fantásticas, sendo quatro internacionais. Algumas em preto e branco e outras coloridas, dois processos fotográficos contrastantes.
Na verdade, a fotografia nasceu preto e branco (P&B) no início do século XIX, mas no decorrer dos anos foi sendo aprimorada para enriquecer os detalhes e hoje até superam as coloridas. Já a primeira foto em cores surgiu apenas em 1861 através do físico James Clerk Maxwell. O filme colorido, no entanto, entrou no mercado apenas em 1907. Atualmente as fotos digitais são as mais exploradas, principalmente pelos fotógrafos amadores com o avanço da tecnologia dos celulares. A sofisticação dos recursos permite maior qualidade das imagens aliada à facilidade de integração entre as pessoas.
O Festival trouxe ainda outras atividades ligadas à Fotografia: oficinas, debates, projeções de filmes, feira e lançamento de livros.
O curador João Kulcsár faz questão de mostrar o mundo fotográfico em todos os aspectos. O evento é atração em Paranapiacaba e também fora dela. As fotos da Vila ferroviária foram temas de exposição nas estações da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) entre o final de 2023 e 2024. A primeira delas ocorreu de 18 a 30 de novembro de 2023 no saguão da Estação da Luz, em São Paulo. A partir daí, a cada mês a mostra itinerante passou a ser exibida em uma estação diferente da região metropolitana.
Este ano a organização doou à Subprefeitura de Paranapiacaba e Parque Andreense imagens da Vila que estavam expostas no Museu Castelinho, a casa do engenheiro-chefe. É um conjunto de fotos antigas da ferrovia e trens que circulavam em Paranapiacaba. Em nome do prefeito Gilvan Ferreira e toda Prefeitura de Santo André agradeço pelo presente, que será de grande valia para os turistas conhecerem um pouco mais da nossa história.
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