Fabio Picarelli Opinião

O mundo nas imagens do Festivalde Fotografia de Paranapiacaba

Muitas vezes as imagens expressam mais do que palavras, embora juntas uma complemente a outra. A arte de fotografar consiste em capturar um momento real único, que através dos tempos formam a nossa história. Com uma câmera ou um celular, é o modo do artista interpretar a realidade, transmitindo ideias e emoções.
Quem visitou Paranapiacaba no último final de semana pôde comprovar isso na oitava edição do Festival de Fotografia. O evento trouxe trabalhos de fotógrafos renomados e premiados até no exterior.
A comunicação visual impacta a vivência de cada expositor. Cada qual com um estilo próprio de registrar o que se vê atrás das lentes. A francesa Isabeau de Rouffignac retrata como o aquecimento global influencia a vida das meninas paquistanesas com as fotos denominadas “Noivas Adolescentes”. Os extremos climáticos afetam comunidades e trazem consequências gravíssimas. Após as enchentes de 2022, famílias inteiras enfrentaram a precariedade dos campos de refugiados em lares improvisados. Para fugir dessa dura realidade, as garotas são obrigadas a casarem precocemente, ainda muito jovens.
A arte de Nario Barbosa tem como base a hereditariedade. Filho de bordadeira, o conhecido repórter fotográfico do ABC usa a técnica de bordar em suas fotos, dando cor e vivacidade aos trabalhos. No Festival de Fotografia de Paranapiacaba teve duas fotos selecionadas do cotidiano, que são reveladas constantemente na rede social através das postagens “Olhar da rua”. O olhar clínico revela o que está ali todos os dias mas passa despercebido pelas pessoas.
Estes são apenas alguns exemplos. O evento reuniu 17 expositores consagrados em cerca de 380 narrativas fantásticas, sendo quatro internacionais. Algumas em preto e branco e outras coloridas, dois processos fotográficos contrastantes.
Na verdade, a fotografia nasceu preto e branco (P&B) no início do século XIX, mas no decorrer dos anos foi sendo aprimorada para enriquecer os detalhes e hoje até superam as coloridas. Já a primeira foto em cores surgiu apenas em 1861 através do físico James Clerk Maxwell. O filme colorido, no entanto, entrou no mercado apenas em 1907. Atualmente as fotos digitais são as mais exploradas, principalmente pelos fotógrafos amadores com o avanço da tecnologia dos celulares. A sofisticação dos recursos permite maior qualidade das imagens aliada à facilidade de integração entre as pessoas.
O Festival trouxe ainda outras atividades ligadas à Fotografia: oficinas, debates, projeções de filmes, feira e lançamento de livros.
O curador João Kulcsár faz questão de mostrar o mundo fotográfico em todos os aspectos. O evento é atração em Paranapiacaba e também fora dela. As fotos da Vila ferroviária foram temas de exposição nas estações da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) entre o final de 2023 e 2024. A primeira delas ocorreu de 18 a 30 de novembro de 2023 no saguão da Estação da Luz, em São Paulo. A partir daí, a cada mês a mostra itinerante passou a ser exibida em uma estação diferente da região metropolitana.
Este ano a organização doou à Subprefeitura de Paranapiacaba e Parque Andreense imagens da Vila que estavam expostas no Museu Castelinho, a casa do engenheiro-chefe. É um conjunto de fotos antigas da ferrovia e trens que circulavam em Paranapiacaba. Em nome do prefeito Gilvan Ferreira e toda Prefeitura de Santo André agradeço pelo presente, que será de grande valia para os turistas conhecerem um pouco mais da nossa história.

Adicione um comentário

Clique aqui para adicionar um comentário