As poucas décadas que nos são dadas viver não permitem que dominemos todos os conhecimentos disponíveis. Por sinal, a sabedoria, contida em um rol infinito de informações, nunca esteve tão facilmente exposta ao acesso de quem queira aprender. Estima-se que, dentro em breve, os dados ao alcance dos humanos dobrarão a cada doze horas.
Algo que assusta: o que fazer com tanta informação?
A pessoa que conhece muito é chamada polímata. Alguém que consegue entender inúmeras áreas e é especialista em quase todas elas. Raro que existam. Mas existem e já existiram.
O importante é saber que a Inteligência Artificial é considerada “o polímata definitivo”. Diz-se até que foi a última grande descoberta humana. A partir daí, ela mesma se encarregará de incursionar pelo que falta. A singularidade, ou o momento em que a IA vai saber mais do que a inteligência humana está muito próxima.
Isso não deve fazer com que desistamos de aprender. Henry Kissinger, por exemplo, falecido há pouco aos cem anos, nunca deixou um dia sequer de aprender uma coisa nova. É o que está num livro póstumo, escrito com dois outros respeitados pensadores: Eric Schmidt, Craig Mundle e Niall Ferguson. Tudo será desvendado pela IA: da nanotecnologia ao espaço sideral, sem os limites dos medos humanos ou restrições biológicas.
Kissinger já escrevera sobre IA: “A era da IA”, de 2021. Para ele, a IA ou será controlada pelas pessoas, ou as controlará. Pois ela ameaça algumas das convicções mais fortes da humanidade. Hoje nossa hierarquia é: humanos, máquinas, animais. A IA pode inverter e colocar a máquina em primeiro lugar.
Incumbe aos humanos, principalmente os mais lúcidos e verdadeiramente “humanos”, prover a IA de senso ético, de sentimentos de caridade, fraternidade e solidariedade, para que ela continue a serviço da humanidade e não acabe por substituí-la, diante de tantos comportamentos irracionais como aqueles que constatamos em todos os quadrantes deste sofrido planeta.
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