Depois das enchentes no Rio Grande do Sul, dos incêndios em todos os biomas, inclusive no Pantanal, das ondas de calor e dos fenômenos nunca dantes enfrentados em todo o planeta, ainda há brasileiros que negam o risco climático.
Essa parcela de céticos era de 5% em junho de 2024 e passa para 9% em junho de 2024 a abril de 2025. Isso já era verificado como tendência em outubro último, quando 7% não acreditavam nas mudanças climáticas.
Verdade que a parcela dos que enxergam risco imediato – são 53% – e os que têm percepção de risco, mas para o futuro – 33% – são a maioria. Juntos, 88% dos entrevistados têm noção dos perigos a que estão sujeitos e do recrudescimento da situação daqui para a frente.
O que explica esse negacionismo? Ignorância ou má-fé?
Verdade que a alteração geopolítica desde o início do ano leva adesionistas a se curvarem ao fundamentalismo. Porém, não pode prosperar a desinformação, nem a pausa nas catástrofes, para ignorar o clamor da ciência: a humanidade está destruindo o planeta e, a continuar a emitir os gases venenosos, causadores do efeito-estufa, o ponto de não retorno está a cada dia mais próximo.
Talvez seja necessário um acontecimento extremo, gerador de um imenso caos, para que os negacionistas se convertam. Que tenhamos lideranças mais conscientes, mais sensíveis e mais éticas, assim como foi o Papa Francisco, para mostrar que as mudanças climáticas são reais e que elas agora são verdadeiras emergências. A serem tratadas com urgência e seriedade, para que mais mortes não ocorram e desgraças aconteçam, por exclusiva responsabilidade dos seres que se consideram racionais.
Redobra a responsabilidade dos já convertidos. Têm de convencer os demais de que a situação é grave e séria. E dar exemplos. Economizar água e energia, descartar corretamente aquilo que desperdiçam e que gera maisemissão dos gases venenosos, plantar árvores. Defender as árvores e persuadir os inimigos do verde de que o plantio de árvores é a tecnologia mais eficiente, mais eficaz, mais efetiva e menos dispendiosa de ajudar a Terra a sobreviver e a garantir a sobrevivência de cada um de nós.
Sem isso, não haverá salvação. O que mais precisa vir, para que os negacionistas recobrem a consciência?
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