A cada dia que passa os motoristas do ABC demoram mais tempo para se deslocar em pelas ruas dos municípios ou entre as cidades. Não é para menos. A região possui, no total, população de 2,54 milhões de pessoas, distribuídas entre as sete cidades, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e 2 milhões de veículos em circulação. É quase um veículo por pessoa, circulando nas mesmas vias de décadas atrás.
São Bernardo possui o maior número populacional e de veículos. São 810.729 habitantes (Censo 2022) e 651.976 veículos (IBGE/2024), seguido por Santo André, com 748.919 pessoas e 594.304 veículos; Mauá, com 418.261 habitantes e 263.556 veículos; Diadema, com 393.237 pessoas e 247.250 veículos; São Caetano, com 165.655 pessoas e 149.563 veículos; Ribeirão Pires, com 115.559 habitantes e 78.772 veículos e Rio Grande da Serra com 44.170 pessoas e 22.849 veículos.
Com mais de 2 milhões de veículos circulando, com o número aumentando a cada mês, fica difícil o deslocamento sem congestionamento nas mesmas ruas e avenidas de décadas atrás.
Por exemplo, apenas cinco ruas unem Santo André, com 748,9 mil habitantes, e São Bernardo, com 810,7 mil habitantes. São elas: Avenida Pereira Barreto, Avenida Príncipe de Gales, Avenida Atlântica/Avenida Winston Churchill, Avenida Lions/Avenida Prestes Maia e Complexo Guarará/Rua dos Vianas.
A Avenida Pereira Barreto, principal via que liga Santo André a São Bernardo, está saturada, diariamente congestionada a qualquer hora do dia. O pior trecho é nas proximidades do viaduto Viaduto José Fernando Medina, que dá acesso à Av.Lucas Nogueira Garcez. Como muitos motoristas utilizam esse acesso para, posteriormente, entrarem na Via Anchieta, as demais pistas são bloqueadas e sobra aos, que passam pela parte que contorna o Shopping Metrópole e o Paço, apenas uma faixa. Não há fiscalização e os abusos, por parte dos motoristas, ocorrem livremente.
Além disso, há outros abusos que são ignorados pelos Departamentos de Trânsito dos municípios. Na Av.Portugal, em Santo André, dois restaurantes travam o fluxo de veículos da via. Um deles, por bloquear as faixas com motoristas com seus veículos atravessados aguardando entregá-los aos manobristas. O outro, interdita outra faixa, no sentido oposto, simplesmente para embarque e desembarque de clientes, com veículos estacionados na faixa. Não há fiscalização e, novamente, os abusos são constantes.
Além desses exemplos há inúmeros outros. Qual motorista não evita passar perto de alguma escola no horário de saída dos alunos? O caos é garantido. Pais estacionam em fila dupla, disputando espaço com as inúmeras vans escolares. Todos, sem pressa, para esperar os estudantes, bloqueiam as ruas e não se importam se estão contribuindo para o intensificar o congestionamento das vias.
A cada ano que passa, esses problemas se agravam e nada foi feito para mudar a situação nas gestões anteriores. Os ex-prefeitos sequer pronunciavam a palavra trânsito ou congestionamento em seus discursos, como se fosse um problema crônico e irresolúvel com que o munícipe fosse obrigado a conviver e aceitar.
Com as novas gestões, principalmente, nestes inícios de governos, período nos quais os novos prefeitos querem mostrar trabalho e novidades, espera-se algo diverso, que se atentem ao problema do trânsito e que haja iniciativas, em conjunto, por meio do Consórcio Intermunicipal.
É preciso que elas sejam além de simples ações de conscientização e proteção de motoristas e pedestres, mas que possam aliviar o congestionamento para os motoristas de toda a região não perderem mais horas e horas no deslocamento entre as cidades.
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