Pouco lembrada, mas nunca esquecida até nossos dias, a Orquestra de Danças Hudson-DeLange, apresentou em seu acervo musical, um tipo de swing suave e gentil até o final da década de 1930. Eddie DeLange, emérito letrista, organizou a orquestra no final de 1935. Logo percebeu, que necessitava da ajuda de um arranjador de categoria como Will Hudson com quem já havia composto vários temas musicais. DeLange liderou a orquestra e Hudson atuou como diretor musical.
A dupla já havia composto várias músicas de sucesso durante certo período, como a bela “Moonglow” (Brilho da lua), gravada pela Orquestra Casa Loma na etiqueta Brunswick. Grande parte do acervo lançado pela orquestra eram composições originais de Hudson-DeLange, este interpretando alguns temas compostos pela dupla. Ruth Gaylor foi a primeira vocalista feminina, permanecendo até novembro de 1936, quando foi substituída por Fredda Gibson que, mais tarde, mudou o nome para Georgia Gibbs.
Em seguida, Nan Wynn, juntou-se a orquestra no início de 1937, permanecendo até o final desse ano. Betty Allen, esposa do saxofonista Gus Bivona, assumiu o lugar de Wynn pelo espaço de um mês, antes de seguir para a Europa. As vocalistas Mary McHugh, Jane Dover e Elisse Cooper, marcaram presença em certos períodos.
Tudo transcorria com normalidade até que, conflitos de personalidade, entre Hudson e DeLange. vieram à tona. DeLange era um homem extrovertido e cheio de vida, de um família de artistas. A mãe, atriz da revista musical “Zeigfeld Follies, o pai compositor e ator na Broadway. Já Hudson, de personalidade introvertida, poderia ser confundido como um intelectual. No início de 1938, ambos dissolveram a sociedade.
Hudson então, resolveu assumir o comando da orquestra. DeLange submeteu a votação aos músicos, e eles escolheram Hudson como líder. DeLange formou uma nova orquestra e tanto ele como Hudson trabalharam separadamente pelos três anos seguintes, sem muito sucesso. Uniram-se novamente em 1941, mas rapidamente a dupla foi desfeita.
Hudson passou a fazer arranjos para a orquestra da Forca Aérea do Exército dirigida pelo então Capitão Glenn Miller, durante a segunda guerra mundial (1939-1945), enquanto De Lange se estabeleceu em Hollywood no final da década de 1940, produzindo roteiros para películas, o que continuou fazendo até falecer prematuramente, vitimado por um ataque cardíaco em julho de 1949, aos 45 anos.
Em sua breve existência a Orquestra Hudson-DeLange fez uma série de excelentes gravações, principalmente na etiqueta Brunswick Records. As primeiras músicas gravadas foram realizadas em janeiro e março de 1936. Essas sessões em uma das melodias mais populares de autoria de Will Hudson, o tema “Organ Grinder´s Swing” (Swing do tocador de realejo), baseada em uma canção de ninar e gravada também pela Black Band de Jimmie Lunceford. Outros instrumentais dessas datas incluem ““Hebron Park Avenue” (Vagabundo no Park Avenue) e “Eight Bars in Search of a Melody” (Oito compassos em busca de uma melodia).
Will Hudson liderou a orquestra até 1941, quando começou a se concentrar na produção de arranjos orquestrais. Por seu turno Eddie DeLange passou a compor letras para algumas músicas famosas. Com o musicista Jimmy Van Heusen, “Darn That Dream” (Maldito sonho), “Deep in a Dream” (Em um Sonho Profundo). “All This and Heaven Too” (Tudo isso e o Céu também) e “Shake Down the Stars” (Derrube as Estrelas). Will Hudson faleceu no dia 16 de Julho de 1981, aos 73 anos. Eddie e Delange e Will Hudson, duas figuras exponenciais da música popular norte-americana do século XX.
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