Fabio Picarelli Opinião

Os primórdios do Festival de Inverno de Paranapiacaba (final)

Não dá para negar que o Festival de Inverno de Paranapiacaba é algo diferente de todos os eventos culturais e gastronômicos realizados em Santo André e região. Tem uma identidade própria, a começar pela sua estrutura, que reúne história, natureza e hereditariedade britânica. A preservação do patrimônio segue firme e forte como 160 anos atrás, no século XIX, na época da colonização pela empresa São Paulo Railway Company enquanto construía a ferrovia Santos-Jundiaí, ligando o interior, a capital até o porto de Santos . Como ressalta o prefeito Gilvan Ferreira: a própria Vila já é atração.
Em 24 anos de história o Festival nunca parou. Marca o calendário de julho. Nem mesmo durante a pandemia do coronavírus entre 2020 a 2021 foi interrompido. Nesse período Paranapiacaba ficou fechada para visitações. A Prefeitura optou por um modelo virtual. Afinal era uma questão de segurança da saúde pública, abalada pelas diversas perdas ocasionadas pela doença e o fechamento de todos os setores públicos e privados.
Há anos o Festival de Inverno de Paranapiacaba deixou de ser uma atração regional para se transformar em estadual. Pela Lei nº 14.699, de 6 de março de 2012, o projeto do deputado José Bittencourt foi aprovado pela Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo e o evento foi incluído no Calendário Turístico do Estado de São Paulo pelo governador Geraldo Alckmin.
Isso mostra a sua grandeza, comprovado pelos milhares de turistas vindos de outras localidades do Brasil e do exterior que prestigiam o evento todos os anos. O primeiro da série teve 11 mil pessoas. No ano seguinte, a expectativa atingia 20 mil, o dobro da capacidade anterior. Hoje já ultrapassamos 200 mil.
Apesar de o Festival prestigiar especialmente artistas da região desde a primeira edição, artistas consagrados já se apresentaram como o tecladista Egberto Gismonti, que mostrou seu talento musical no 2º FIP, em 2002, seguindo a tendência do destaque da primeira edição, encabeçada pelo percussionista Naná Vasconcelos.
Outros famosos também passaram pela Vila, exemplos como Tom Zé, Arnaldo Antunes, Fafá de Belém, João Bosco, Claudio Zoli, Flávio Venturini, todos em 2012; Luiz Melodia, Seu Jorge, Lenine, Tom Zé, Zeca Balero, Toquinho, Lô Borges, Oswaldo Montenegro, Luiza Possi, Mariana Aydar, Luciana Mello e Ná Ozzetti, em outros tempos.
Ainda na Cultura, o artesanato e o cinema com viés para o meio ambiente e a história ferroviária sempre fizeram parte da programação.
Estava pronto o modelo para fomentar o turismo, desenvolver os negócios e gerar renda em Paranapiacaba. O principal evento da charmosa Vila de Santo André, antiga na fachada e promissora no futuro!
Com as obras de revitalização nos últimos oito anos, os participantes têm a oportunidade de fazer essa conexão passado e presente. Só para recordar, durante os FIPs já foram entregues o restauro da Torre do Relógio em 2019; o primeiro campo de futebol com medidas oficiais no Brasil e o Memorial Charles Miller em 2023; Cine Lyra em 2024; e o Gabinete Histórico em 2025.
Viva o Festival de Inverno de Paranapiacaba! Venha passar momentos inesquecíveis e dar sequência a essa história!

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