Por decisão do Governo Federal o horário de verão não será retomado em 2024, podendo ser reavaliado no próximo ano. Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o Brasil não corre o risco de desabastecimento após medidas emergenciais adotadas recentemente.
Amado por uns, odiado por outros, o fato é que o horário de verão causa impacto na vida das pessoas.
A prática de adiantar os relógios em uma hora foi introduzida em 1931 no Brasil com o objetivo de aproveitar melhor a luz solar para reduzir o consumo de energia elétrica, principalmente nos horários de pico, entre 18h e 21h.
Com a sua eficácia colocada em dúvida, o governo Bolsonaro retirou do calendário em 2019 sob alegação de que a mudança não atingia mais o objetivo original após alterações nos padrões de consumo. Os números comprovam que a economia estava em queda: de R$ 405 milhões em 2013, três anos depois caiu para R$ 159,5 milhões.
A pauta voltou a ser discutida neste ano com a crise climática que assola o país: temperaturas acima da média em pleno inverno, escassez de chuvas, poluição atmosférica e níveis de reservatórios comparados ao período da crise hídrica em 2014.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) reconheceu a relevância do retorno do horário de verão nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul. Estudos indicam que a economia pode reduzir em até 2,9% da demanda máxima de energia. Em termos de compensação financeira, calcula-se que o valor pode chegar a R$ 400 milhões em cinco meses.
O comércio, bares, restaurantes e similares aprovam o retorno do horário de verão. Levantamento do portal Reclame Aqui e da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) mostra que 54,9% dos entrevistados são favoráveis à mudança de horário dos relógios neste ano. Desse total, 41,8% são totalmente favoráveis; 13,1% parcialmente; e 25,8% totalmente contrários.
Especialistas afirmam que nem sempre o resultado é positivo à economia. É bem verdade que 50% da energia produzida no Brasil vêm das usinas hidrelétricas. Com pouca chuva os reservatórios perdem o volume rapidamente. Mas, o calor intenso também faz com que as pessoas usem mais aparelhos eletrodomésticos como ar condicionado e ventilador.
Além disso, tem a questão da saúde. Um dos argumentos contra o horário de verão é a mudança brusca no relógio biológico das pessoas. Pesquisa do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo concluiu que o corpo humano necessita de pelo menos 14 dias de adaptação ao novo horário. Distúrbios de sono, desânimo, desatenção e até desconfortos físicos são comuns nos primeiros dias após a implantação do horário de verão. E quando o corpo se acostuma é hora de retornar ao horário tradicional, um sofrimento duplo.
No mundo o horário de verão é adotado há muito mais tempo do que no Brasil. Segundo a História, foi introduzida na cidade de Port Arthur, no Canadá, em 1908. Países como os EUA, França, Espanha, Portugal, México e Nova Zelândia adotam a medida.
E você, o que pensa sobre o tema? Reflita como o grupo Plantar Hoje para Colher Amanhã.
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