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País tem excesso de produção de energia solar

Cenário impõe cortes na geração e empresas já acumulam contas de até R$ 5 bilhões (Foto: Gov.br)

Em expansão significativa pelo país, a energia solar é a segunda maior fonte do país. Hoje, o Brasil tem 3,76 milhões de sistemas de geração distribuída (sistemas residenciais e comerciais) e 17,9 mil usinas de geração centralizada (grandes usinas), segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica. Com capacidade instalada de 59,9 GW, a energia solar no país gera 1,7 milhão de novos empregos, já atraiu cerca de R$ 270,3 bilhões em investimentos e é responsável pela arrecadação de R$ 84,2 bilhões em tributos.

   Os números exaltam a potência do setor. Porém, o Brasil está produzindo tanta energia que os cortes na geração para evitar problemas no sistema têm alcançado patamares recordes. O corte por sobre oferta de energia é necessário quando o sistema elétrico passa a funcionar em desequilíbrio, com diferenças entre geração e consumo.

   A paralisação das usinas solares e eólicas cresce mês a mês e já compromete um quinto da produção total dessas fontes. As empresas geradoras já acumulam contas de até R$ 5 bilhões e exigem compensações. Agentes do setor elétrico pressionam para incluir a produção de painéis solares (geralmente instalados em telhados de casas e empresas) nos cortes.

   Diferentemente das usinas que estão no sistema centralizado, a geração distribuída pode inserir energia no sistema sem supervisão ou controle do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Assim, os cortes recaem apenas sobre grandes usinas.

   Em agosto, o corte de energia solar e eólica chegou a 26% do total do potencial de produção, segundo levantamento do Itaú BBA com base nos dados do ONS. A sobre oferta de energia deve responder por 96% das interrupções até 2029, segundo cálculos do ONS.

   O cenário será ainda mais desafiador se todos os projetos com contratos de uso da rede assinados forem construídos e entrarem em operação. A geração de energia por placas solares em residências e empresas já supera 42 GW de capacidade instalada e deve chegar a 50 GW até 2028, segundo o ONS.

   “Com a expansão acelerada da geração distribuída no Brasil, o impacto dos cortes no Brasil torna-se ainda mais relevante”, alerta o relatório do ONS.

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