Cidades

Para despoluir o Tietê, Sabesp instala parafusos de 18 toneladas

Novos equipamentos vão ajudar a bombear o esgoto de mais de meio milhão de pessoas para o processo de tratamento

A Sabesp transportou, na madrugada desta quinta (23), dois grandes parafusos entre as cidades de Guarulhos e Suzano, na Região Metropolitana de São Paulo. Os itens têm a altura de um prédio de seis andares e pesam, cada um, 18 toneladas, o equivalente a três elefantes adultos. O diâmetro é de 2,7 metros e vão transportar 1.500 litros de esgoto por segundo para tratamento (o equivalente ao volume de 41 piscinas olímpicas por dia) e terão uma missão especial: contribuir com a despoluição do rio Tietê.

Os parafusos têm a altura de um prédio de seis andares e pesam, cada um, 18 toneladas, o equivalente a três elefantes adultos
(Foto: Divulgação)


Os parafusos gigantes chegaram a uma das novas Estações Elevatórias de Esgoto da Sabesp (EEEs), na manhã desta quinta-feira, em Suzano. As elevatórias são estruturas responsáveis por bombear o esgoto gerado nas residências para a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da Companhia, no município de Suzano. Os parafusos são, na verdade, bombas mecânicas, responsáveis por levar os resíduos da região para a ETE. Assim, os equipamentos vão ajudar a empurrar o esgoto que chega pelo interceptor 16 (ITi-16), um tubo subterrâneo de 2,5 metros de diâmetro que carrega esse esgoto gerado por 60 bairros da região até a ETE Suzano.

O sistema funciona da seguinte forma: o esgoto gerado pelas famílias é recolhido por pequenas tubulações que saem das casas, os chamados ramais; a partir daí, o esgoto vai sendo encaminhado para tubulações cada vez maiores, numa sequência que passa pela rede coletora (que fica nas ruas), coletores-tronco (às margens de córregos e rios, impedindo que o esgoto caia nos corpos d`água) e interceptores (grandes tubos, com diâmetros que podem passar de 2 metros) até as estações de tratamento. No meio desse caminho, as estações elevatórias vão bombeando o esgoto para que eles “subam” morros – ou seja, superem desníveis do terreno.

As duas bombas-parafuso serão instaladas em um poço com 14 metros de profundidade, no interior da elevatória. Inclinadas e em rotação contínua, elas captam os resíduos domésticos pela base e os conduzem até o topo por meio dos espaços vazios em sua espiral. O transporte ocorre de forma mecânica, direcionando o esgoto à saída superior, onde se conecta à rede da Sabesp.

A instalação completa do sistema ocorrerá até o final do ano, quando a nova elevatória e duas bombas-parafuso entrarão em operação. Assim, a ETE de Suzano passará a tratar o esgoto de 90 bairros, atendendo cerca de 285 mil residências – mais de 850 mil pessoas.

A partir do momento que o tratamento de esgoto é centralizado em uma ETE de grande porte, automaticamente, há redução de custos e maior facilidade no controle de operação e manutenção. Atualmente, sem a interligação, parte dos resíduos da região têm sido direcionados para sistemas isolados de tratamento, como a ETE Guatambu e a do Jardim Odete. As estações paralelas serão desativadas.


 

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