A parceria entre a Prefeitura de Santo André, por meio da Subprefeitura de Paranapiacaba e Parque Andreense, e a PUC (Pontifícia Universidade Católica) Campinas é mais do que conhecimento e experiência. Eu diria que é fundamental para um objetivo complexo e amplo: viabilizar o título de Patrimônio Mundial da Humanidade para Paranapiacaba junto a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
A caminhada é longa e envolve várias questões a serem cumpridas até chegar lá. Entre 2008 e 2014 o Município se empenhou em ins-crever a Vila, mas a falta de participação de uma instituição acadêmica no processo pode ter frustrado a iniciativa. Talvez outros critérios também não tenham sido plenamente satisfatórios aos responsáveis pela seleção.
O fato é que os anos passaram e hoje a realidade é outra. Bem mais favorável.
Da parte que compete à administração municipal, a partir de 2018 recursos foram destravados e parcerias foram firmadas, o que possibilitou a recuperação de vários equipamentos em Paranapiacaba.
Nesses sete anos, só para citar alguns, a Vila teve de volta o primeiro campo de futebol com medidas oficiais, o Cine Lyra, o Museu Castelinho, a criação do auditório na casa incendiada e a Estação ferroviária, onde podemos acompanhar a chegada e partida do Trem Turístico da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) nos finais de semana e feriados. Outras reformas estão em andamento e mais obras estão em vias de negociação. Não podemos esquecer que a Vila passou a ser Subprefeitura na atual gestão do prefeito Gilvan Junior. Antes a gerência era dotada na Secretaria de Meio Ambiente.
Ainda temos um longo caminho a percorrer. E com a ajuda da PUC-Campinas a parte de pesquisas, extensão, desenvolvimento científico e tecnológico, formação e treinamento de recursos humanos ficarão a cargo da instituição, que já fez trabalho para aprovação de outros sítios no Brasil.
A professora titular e pesquisadora da escola de Arquitetura, Artes e Design da PUC-Campinas, Maria Cristina da Silva Schicchi, será a responsável pela coordenação do grupo. Durante a apresentação do termo de cooperação técnica, no último dia 8 no Fórum Paranapiacaba, ela fez a explanação do projeto baseada na experiência de outros locais que conquistaram o título.
A vigência do convênio é de 18 meses, a contar de 17 de dezembro de 2024 até 17 de junho de 2026. A missão: conjugar esforços para a candidatura. Imprescindível a participação da comunidade local e a compreensão de todos.
O primeiro passo foi dado. Segundo a professora Maria Cristina é preciso criar metodologias e construir ferramentas de compartilhamento de conhecimento e de cogestão do território. A configuração de um plano de gestão é uma das exigências da Unesco. O dossiê ajuda a controlar o processo.
Paranapiacaba possui atributos e valores bem claros para pleitear a candidatura. São fatores favoráveis o histórico ferroviário na cultura do café; a biodiversidade da Mata Atlântica; a preservação da arqui-tetura e urbanismo; e o patrimônio ambiental.
A Unesco possui 10 critérios, dos quais ao menos um deverá ser cumprido para ganhar o reconhecimento de Patrimônio da Humanidade.
As vantagens dessa conquista: visibilidade, ampliação do turismo e dos negócios, recursos de agências de cooperação e bancos internacionais, fiscalização extrema, menos ingerência da política local e maior conscientização e envolvimento da população.
Estamos na luta para ser o primeiro Patrimônio da Humanidade do Estado de São Paulo.
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