O perigo maior que ronda a humanidade em nossos dias é proveniente de nossa insensatez. Estamos emitindo crescentes toneladas de gases causadores do efeito-estufa. Isso compromete a saúde do planeta e as consequências já se têm mostrado, com intensidade cada vez maior.
Há muito a ser feito, mas não parece existir vontade firme de parte do Estado brasileiro. O “Pária Ambiental” ainda não se livrou da pecha e fica na esterilidade de discursos vãos. O que se tem feito para acabar com o desmatamento? Qual a punição reservada a quem desmata, a quem pratica grilagem, explora garimpos ilegais em áreas indígenas, pratica toda sorte de violência na Amazônia Legal?
Como anda o replantio do bilhão de árvores de cuja falta o Brasil se ressente? Qual o estágio de aceleração da regularização fundiária, sem a qual é praticamente impossível punir os infratores e defender patrimônio que é de todo o povo brasileiro?
Em todas as áreas nas quais deveria agir, o Governo claudica. Por exemplo, na retomada da rede ferroviária, equivocadamente abandonada há décadas, enquanto se expandiu o número de rodovias, com incentivo ao instrumento poluidor e egoísta por excelência, o automóvel.
Sabe-se que a substituição da gasolina pelo etanol representaria redução de 60% as emissões de CO2 em cotejo com o uso da gasolina. Não é difícil estimular o consumidor e oferecer benefícios para quem se abastecer com álcool. Por exemplo: programas de milhagem, descontos crescentes de acordo com a reiteração do uso. É urgente melhorar a eficiência do etanol para superar os 70% em relação à gasolina. Incentivo ao aumento de produção de etanol, para baratear o produto. Ampliar de 27% a 30% a participação do etanol na mistura com gasolina. Renovação da frota, com inspeção veicular. Retirada de circulação de veículos velhos. Favorecer a importação de carros elétricos. Maior produção de carros híbridos flex e estímulo à produção de carros elétricos.
Isso depende, em sua parte primordial, ao governo. Mas parece lhe faltar vontade. Se deixar mais para a frente, quem garante que adiantará, diante da rapidez com que a natureza responde às nossas agressões?