Quinta Avenida

Paulinho da Viola

Paulo César Batista de Faria, ficou conhecido no meio musical brasilei-ro como Paulinho da Viola, nome artístico criado pelo jornalista Sérgio Cabral. Nascido na cidade do Rio de Janeiro no dia 12 de novembro de 1942, violonista, cavaquista, bandolinista, cantor e compositor de sambas e choros, reconhecido por suas harmonias sofisticadas e voz suave. Filho mais velho do violonista Benedito César Ramos de Faria, desde pequeno Paulinho gostava de ouvir choros e sambas, tendo oportunidade de conviver com grandes sambistas da época como, Pixinguinha (Alfredo da Rocha Vianna Filho), Jacob do bandolim (Jacob Pick Bittencourt) e Dilermando Reis, entre outros mais, observando a maneiras de tocar desses expoentes da música popular brasileira.

Paulinho da Viola

O pai não queria que Paulinho se tornasse músico, entretanto ele o convenceu a lhe dar um violão, instrumento que começou aprender a tocar sozinho quando tinha 15 anos. Passado algum tempo o violonista Zé Maria, amigo da família, passou a ensinar-lhe utilizando o método Matteo Carcassi.
Ao mesmo tempo, começa a se envolver com o Carnaval organizando com um grupo de amigos, o bloco carnavalesco “Foliões da Rua Anália Franco”, que representava a rua onde morava a tia Trindade no bairro de Vila Valqueire, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Por essa época ingressou na ala de compositores da escola de samba “União de Jacarepaguá”. Lá conheceu Catoni (Sebastião Vitorino Teixeira dos Santos) e Jorge Mexeu e atuando como cavaquista ao compor em 1962 o samba “Pode Ser Ilusão”, uma de suas primeiras composições.
Pouco antes de completar 19 anos, Paulinho conseguiu o primeiro emprego como funcionário de uma agência bancária no centro do Rio, enquanto estudava economia. Um dia quando estava trabalhando, deparou-se com Hermínio Bello de Carvalho, a quem conhecia “de vista” dos encontros musicais na casa de Jacob do Bandolim. Após uma rápida conversa, Hermínio aconselhou-o a abandonar a carreira de bancário enquanto ainda era jovem.
Posteriormente, foi convidado para ir ao apartamento do poeta que, naquela época, era bastante frequentado por músicos, intelectuais e diversos artistas. Lá pôde ouvir pela primeira vez gravações de compositores como Anescar do Salqueiro, Carlos Cachaça, Cartola, Elton Medeiros, Nelson Cavaquinho e Zé Ketti, onde teve a chance de ensaiar sambas compostos por Hermínio que, mais tarde tornar-se-ia um de seus primeiros parceiros e grande incentivador de sua carreira.
Em 1963, Hermínio levou-o a conhecer o Zicartola, bar e restaurante fundado por Cartola e Dona Zica na Rua da Carioca, que havia se convertido em reduto de sambistas, chorões, artistas, intelectuais e jornalistas. Lá o jovem Paulinho acompanhava, no cavaquinho ou no violão, compositores e também se apresentava interpretando músicas de outros autores e também as suas.
No ano seguinte (1964), após acompanhar o cantor Ciro Monteiro em uma “canja” no Zicartola, decidiu abandonar emprego de bancário para se dedicar exclusivamente à música. Também nesse ano, seu primo Oscar Bigode, diretor de bateria da Escola de Samba Portela, o convenceu a tomar parte como membro efetivo da escola. Apresentado ao compositor Oswaldo Cruz, Paulinho mostrou-lhe a primeira parte de um samba que começara a compor e que Casquinha, um dos compositores portelenses, gostara de ouvir completando a segunda parte, que ficou conhecido como “Recado”.
Em 1965, participou do musical “Rosa de Ouro”, montado por Hermínio Bello de Carvalho e Kléber Santos, que marcou o retorno da cantora Araci Cortes e lançou Clementina de Jesus, culminando com a gravação do LP “Rosa de Ouro- Vol 1”, pela etiqueta Odeon. Ainda naquele ano o nome de Paulinho da Viola apareceu no LP “Roda de Samba”, na etiqueta Musidisc.
t Essa mesma etiqueta, onde Paulinho estava registrando seus sambas, convenceu o compositor Zé Ketti a organizar o conjunto “A Voz do Morro”, composto por integrantes do conjunto “Rosa de Ouro” – Anescar do Salgueiro, Elton Medeiros, Jair do Cavaquinho, Nelson Sargento e Paulinho da Viola, acrescidos de Oscar Bigode e o próprio Zé Ketti. Nesse primeiro disco, apareceram as composições “Coração Vulgar”, “Conversa de Malandro” e “Jurar com Lágrimas”.
No início de carreira Paulinho foi parceiro de nomes ilustres do samba carioca como: Cartola, Elton Meseiros e Candeia (Antonio Candeia Filho), entre outros. Ele destaca-se como cantor e compositor de samba, mas também compõe choros e é tido como um dos mais talentosos representantes da chamada “Música Popular Brasileira”. Um ser humano simpático, afável e educado, também passando horas de lazer como exímio marceneiro. Torcedor do Clube de Regatas Vasco da Gama, participou do show comemorativo dos 113 anos de fundação do clube, onde apresentou as músicas “Coração Leviano” e “Foi Um Rio Que Passou Em Minha Vida”.

Paulinho da Viola: 80 anos

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