Durante a pandemia da Covid-19, milhares de empresas recorreram a empréstimos para se manterem no mercado. Com juros exorbitantes, muitas companhias não conseguiram pagar as dívidas e, então, foram obrigadas a recorrer ao pedido de recuperação judicial.
O número de empresas que entraram com pedido cresce a cada mês no país. Somente em outubro deste ano, 162 companhias recorreram à recuperação judicial. O patamar é 51,4% maior que o registrado em outubro de 2022. Os dados são da Serasa Experian. Desde o início do ano, foram 1.128 empresas que recorreram à Justiça, o que representa alta de 61,8% em relação ao mesmo período de 2022. Somente no primeiro semestre deste ano, foram 593 pedidos, alta de 52% em comparação ao mesmo período do ano passado.
No ABC, desde o início do ano, foram cinco pedidos de recuperação judicial concedidos, alta de 25% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados das sete cidades da região, obtidos com exclusividade pela Folha.
Em relação ao número de falências requeridas, houve alta de 9,1% em relação ao mesmo período de 2022. O número de falências decretadas se manteve estável na região de 2022 para 2023, foram cinco desde o início do ano.
De acordo com o economista da Serasa Experian, responsável pelos dados divulgados, Luiz Rabi, o número de empresas em recuperação judicial deve continuar aumentando até metade de 2024 e, 2023 deve terminar com 1.400 pedidos. O recorde foi em 2016, que terminou com 1.863 pedidos.