O ano Santo que estamos vivenciando, foi convocado pelo Papa Francisco por ocasião da Festa litúrgica da Ascenção de Jesus, no ano 2024, quando publicou a Bula intitulada “Spes non confundit” (A esperança não engana) conforme escreveu São Paulo (cf. Rm 5,5). É preciso confiar sempre em Deus, acima de tudo. Quando existe a fé em Deus, existe a esperança! A esperança é uma virtude, ou seja, uma força interior que nos move a ter uma expectativa de futuro melhor e a não nos rendermos frente às adversidades.
No coração de cada pessoa, encerra-se a esperança como desejo e expectativa do bem, apesar de não saber o que será consigo amanhã. De fato, ao longo da vida, frente às adversidades que surgem, como falta de recursos financeiros, ausência de expectativas, medo, idade avançada, problemas de saúde, existem pessoas que desanimam e perdem a esperança. Porém, nós cristãos não estamos abandonados à própria sorte, mas contamos com a graça de Deus, para enfrentar e superar as dificuldades comuns à nossa existência.
Com efeito, a esperança cristã não engana, porque está fundada na certeza de que nada nem ninguém poderá jamais separar-nos do amor de Deus. Esta é nossa força e estímulo para enfrentarmos as dificuldades.
Uma consideração importante é que nossa esperança está ancorada na certeza de que Deus é Senhor todo-poderoso e que, para além desta vida, ele nos destina à comunhão consigo na eternidade. Todo sofrimento, próprio desta limitada condição humana na qual vivemos, será suplantado por uma nova condição que Deus nos concederá quando chegarmos no final da peregrinação nesta terra, a condição de ressuscitados com um corpo espiritual e glorioso.
Sabemos que esta realidade futura é um dom de Deus que ultrapassa todo esforço humano. Na eternidade Deus “enxugará toda lágrima dos nossos olhos. A morte não existirá mais, e não haverá mais luto, nem grito, nem dor, porque as coisas antigas passaram” (Ap 21,4). A esperança do cristão não está nas coisas deste mundo, mas nas realidades celestes.
É por termos esta esperança, que resistimos, enfrentando com coragem toda adversidade. É por ela que esperamos confiantes, tendo os olhos fixos no Senhor, sabendo que ele cumprirá suas promessas.
Porém, a esperança cristã não é só esperar um futuro de felicidade, mas é também um compromisso de começar a construir no presente o que esperamos do futuro de Deus. Aquilo que nós esperamos ver realizado um dia nos move a buscar realizar hoje. Por isso, a esperança cristã não é alienante. Pelo contrário, nos compromete na busca da justiça e da paz. Esperando a vida eterna no amor, nos empenhamos em construir na história, a vida fraterna, promover a justiça e a paz.
Mantendo este compromisso poderemos ouvir as palavras de Jesus: “Vinde benditos de meu Pai. Recebei em herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo” (Mt 25,31). Assim, movidos pela esperança, construímos o presente. Sendo a esperança que nos move, somos peregrinos de esperança.
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