O vereador e presidente da Câmara, Pio Mielo (PSDB), está no terceiro mandato no comando do Legislativo Municipal. Em entrevista exclusiva, revelou as principais ações de sua administração.
“Ao final do ano que vem terei sete anos conclusos na presidência da Câmara. É difícil fazer um julgamento se é o melhor ou se é o pior porque são momentos diferentes, tanto de mim quanto da própria Câmara”, avalia.
Pio relembrou que em 2017-2018, quando assumiu pela primeira vez a presidência, havia uma situação de disputa, cisão na Câmara, pelos diversos grupos políticos e que construiu uma presidência pautada na unidade política. “Essa unidade foi construída ao ponto que fui reeleito para o segundo biênio. Então, o desafio era administrativo, tinha que me dedicar aos afazeres da administração da Câmara”, conta.
O atual terceiro mandato, para Pio é uma experiência mais serena, tranquila, e segura, tanto do ponto de vista político, quanto do ponto de vista administrativo. “Já tenho consolidado a relação de confiança com o prefeito Auricchio, com os vereadores, e tenho já uma experiência administrativa da casa. Estou feliz no exercício desta terceira presidência”, diz.
Os seis primeiros meses da terceira presidência de Pio foram em ritmo intenso. Os parlamentares protocolaram 2.608 proposituras, sendo 1.711 foram indicações, 702 requerimentos, 160 projetos de lei, 23 moções, 10 projetos de decreto legislativo, um projeto de lei complementar e um projeto de resolução. Além disso, a Mesa Diretora encaminhou nove projetos e o Executivo enviou para análise da Câmara 48 textos. Entre os destaques, Pio citou a aprovação do Plano do Magistério, com a adequação do piso do professorado e o abono, o EducaTech, o Auxílio Transporte Escolar, o projeto de lei do almoço nas escolas, entre outros.
Na parte administrativa, Pio avalia que a Câmara possui um modal “bem moderno e redondo”, mas que, na quarta (26), foi iniciada a implantação de novas catracas na entrada do prédio. “Do ponto de vista tecnológico, na relação de software, temos ferramentas administrativas e legislativas modernas. Temos tecnologia de ponta. Agora, estamos investindo no modal da troca das catracas de acesso por questões de segurança, inclusive da própria população. Não vai haver nenhum tipo de restrição de acesso, mas sim uma organização, onde a pessoa, para adentrar a Câmara, terá pelo menos que tirar uma foto e deixar o número de um documento de referência, o que é normal em qualquer instituição pública”, explica.
Para o segundo semestre, o presidente conta que a prioridade será a redução de 25% dos cargos comissionados. “Estamos trabalhando, já está em tramitação um projeto de lei que, sendo aprovado, trará a redução em 25% o número dos cargos comissionados por gabinete. Ou seja, de quatro assessores, para três”, diz.
Mielo garantiu que a Câmara conseguiu ampliar a transparência e a participação popular. “Pelo novo Censo, São Caetano alcança 21 vereadores, mas sem o aumento de comissionados, ao contrário, estamos reduzindo. Os assessores que ‘sobrarem’ iremos remanejar para os dois novos gabinetes. Então, isso mostra a transparência, a responsabilidade que a Câmara tem”, revela.
Para 2024, o presidente não acredita que as eleições municipais poderão prejudicar o ritmo de trabalho na Câmara. “Seria uma irresponsabilidade política a Câmara e o presidente ter na agenda o calendário eleitoral e não o calendário administrativo. É claro que individualmente, nos bastidores, é um assunto recorrente, há pré-candidatos que se apresentam pela Câmara. É uma eleição diferenciada, porque não se pode ter a reeleição do prefeito para o quinto mandato consecutivo. Então, é natural que mexa com os amores e atores da cidade, mas isso não interfere em nada, nem nas funções do executivo, muito menos da Câmara”, garante.
FUTURO POLÍTICO
Pio, que foi o vereador mais votado de São Caetano, em 2020, com 3.008 votos, diz que ainda não pensa sobre a disputa eleitoral de 2024, se irá disputar a reeleição como vereador ou se poderá alçar voos mais altos, como prefeiturável, na sucessão do prefeito José Auricchio Júnior. “É natural que depois de três mandatos de vereador, modéstia à parte, numa curva ascendente, o nosso nome seja lembrado, o que é motivo de orgulho, de gratidão. Só o fato de ser lembrado, de ser cogitado, já é motivo de orgulho. Mas isso não está no meu radar. Não está na minha prioridade, faço parte do grupo político do prefeito, tenho orgulho de fazer parte do governo do prefeito”, diz.
O presidente ainda afirmou que: “não é o governo do Auricchio, é o nosso governo, desses oito anos do terceiro e quarto mandato dele, sete estive na condição de presidente da Câmara, esse é um número expressivo. Isso mostra confiança,respeito, parceria, sintonia e também juízo”. Apesar disso, Pio garantiu que não vai antecipar o calendário eleitoral e quem o grupo político apontar e que tenha capacidade política e administrativa de fazer a sucessão do prefeito, terá o seu apoio. “Terá o meu apreço, apoio, respeito e a minha insônia em fazer campanha”, enfatiza.
PSDB
O tucano não vê problema no momento delicado o qual o PSDB enfrenta. “Todos os partidos da história moderna, democrática, recente da democracia brasileira, passaram por momentos de reorganização. Isso ocorreu com o MDB, outrora foi o maior partido do país, liderado por Ulysses Guimarães, e hoje é um partido importantíssimo no cenário nacional. Foi assim com o PTB, foi assim com o PFL, que agora, depois se transformou em DEM, e agora União Brasil. Foi com o PL, que durante anos foi um partido de menor porte, e aí, por uma manobra inteligente do presidente Valdemar (Costa Neto), na filiação do ex-presidente da República, se transformou num partido de ponta do país. Foi assim com o próprio PT. Quem diria que, depois de todo o calvário que o PT passou, do impeachment até o retorno do presidente Lula à presidência. Então, quem diria, lá em 2017, que isso seria possível?”, avalia.
Pio também diz que vê com otimismo e alegria esse novo momento da sigla. “É o momento de reorganização, de avaliação interna, mas o Eduardo Leite é um governador protagonista do país. Teve presença importante no último processo eleitoral nacional e foi reeleito. No Estado de São Paulo, está sendo gerenciado, administrado pelo prefeito Paulo Serra, que traz uma capacidade de articulação magnífica. Isso é o que faz da política uma das principais ciências da nossa filosofia. A política é líquida, é viva, se move. E isso, naturalmente, iria ocorrer com o PSDB, que foi o maior partido do Brasil”, conta.
Porém, Pio garante que o PSDB de São Caetano está forte para as eleições de 2024, ao citar alguns tucanos da cidade como Auricchio, Regina Maura, Beto e Eduardo Vidoski, Daniel Córdoba e Olyntho Voltarelli. “O PSDB de São Caetano segue forte, organizado e faz o coro para que faça parte da chapa majoritária, indicado pelo nosso grupo, mas respeito os demais partidos, o PL, o PSD que agora faz parte do arco de alianças nossa, presidido pelo Leandro Prearo”, diz.
MANDATO COMO VEREADOR
Mielo ainda conta sobre seu terceiro mandato como vereador. “O destaque deste meu terceiro mandato é para a educação, que é uma bandeira que atuo desde o meu primeiro dia eletivo, até por ser professor”, diz.
O vereador relembrou as ações do período conturbado da pandemia de Covid-19. “Em 2020 foi o primeiro ano de pandemia, em um ano eleitoral extremamente difícil. Em 2021, tivemos duas pandemias na cidade, a sanitária, com a Covid-19, e a pandemia política, porque o prefeito estava afastado, o Tite, então presidente exerceu com competência a Prefeitura, mas era um prefeito em exercício, era um presidente em exercício. Então, havia aí um certo hiato de ações políticas. Quando o prefeito retorna, ao final de 2021, quando se faz justiça, ele assume de fato em janeiro de 2022. O maior desafio que tínhamos era a retomada da educação, porque foram dois anos literalmente perdidos, já vinha nacionalmente com um déficit de aprendizado, de aprendizagem, perdão, excetuando alguns pequenos pontos no país”, explica.
Pio afirma que na ocasião, que com a pandemia, foi criada uma defasagem educacional e quando Auricchio retornou ao governo, o objetivo era recuperar a defasagem pedagógica e educacional. “O prefeito, junto a Seduc e com as opiniões do nosso mandato, conseguiu avançar muito nesses dois anos, o ano de 2022 e vencendo em 2023, acho que um ano e meio de grande destaque do nosso mandato também é a educação”, ressalta.
O parlamentar avalia que competência técnica da Secretaria de Educação, somada com a sua luta legislativa, está transformando a educação de São Caetano para outro patamar e, agora, outro desafio será o debate da inclusão. “Inclusão em capacitação, valorização dos nossos profissionais, com a participação e com a presença das famílias nas escolas”, enfatiza.