
A delegada assistente do 4º DP de Santo André, Nathalie Murcia Rodrigues dos Santos, na quinta (21), após denúncia anônima, coordenou a segunda operação na qual foram apreendidas substâncias e canetas para emagrecimento, que estavam sendo comercializadas de maneira ilegal, desta vez em Mauá. A primeira operação ocorreu, no último dia 30 de julho, em Santo André.
“O flagrante foi em Mauá, porque foi cumprimento de mandado de busca e apreensão. Recebemos uma denúncia anônima em virtude da repercussão do outro flagrante de Santo André e fizemos o trabalho inicial, constatamos a procedência da denúncia, fomos lá e fizemos a atuação em flagrante da dona da clínica”, contou a delegada assistente.
Após mandado de busca e apreensão expedido pelo Judiciário, a equipe de investigação do 4º DP de Santo André esteve no estabelecimento Quality Care – Distribuidora Estética e Hospitalar, no bairro Matriz, em Mauá, para verificar a comercialização de medicamentos ilegais, notadamente “tizerpartida” sem procedência.
A denúncia anônima alertava que a empresa comercializa a tizerpatida, fornecendo a substância para diversas clínicas de estética, profissionais autônomos do ramo da beleza e saúde, com o intuito de aplicação estética em protocolos de emagrecimento.
No local, foi constatado que a empresa operava como ponto de abastecimento e distribuição irregular do produto para terceiros. Pesquisas na rede social identificaram o perfil da empresa no Instagram, que se apresenta como “Distribuidora para Estética & Saúde – Odonto”, com envio para todo o Brasil, que não possui autorização da ANVISA para a aquisição, armazenamento e comercialização de substâncias injetáveis.

Foram encontradas substâncias injetáveis em ampola, nas prateleiras dos estoques, e na lista impressa precificada, além de um isopor térmico refrigerado, duas ampolas com a inscrição “Mounjaro (Tizerpatide Injection, 40mg/mt, for subcutaneo use only”, Euro Pharmacies).
De acordo com a Polícia Civil, conversas do WhatsApp Web confirmam a suspeita de comercialização em larga escala das substâncias de maneira ilegal. Os compradores eram pessoas físicas, clínicas de estética, médicos e outros profissionais da área da saúde.
As investigações prosseguirão para periciar as substâncias apreendidas e identificar os compradores para prestarem esclarecimentos.
“Deixo o alerta de só comprar as canetas emagrecedoras das farmácias de rede credenciadas e com receita médica. Qualquer outra modalidade de venda, ainda que utilizando outros nomes, mas com os mesmos princípios ativos, são ilegais”, destaca Nathalie Murcia.
De acordo com a delegada assistente, farmácias magistrais (de manipulação), que vendem os produtos em escala industrial agem contra a lei. “O caso em questão demonstra que a alta demanda pelas substâncias emagrecedoras impulsionam um mercado à margem da lei que conta com a participação de profissionais da área de saúde e de pacientes que buscam emagrecer em troca de maior facilidade e menores custos”, explica.
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