O governo brasileiro continua no mesmo descaso no que diz com a Preservação da Mata Amazônica, considerada ainda, e por enquanto, verdadeiro “pulmão do mundo”. O Inpe, Instituto Nacional de Pesquisas Especiais, faz um alerta sobre os 31% do desmate atual já apontados como sendo de 40% até 31 de Julho deste ano. O ministro do Meio Ambiente Ricardo Sales afirmou recentemente que o governo não nega o desmatamento como um todo, mas o presidente Bolsonaro afirma que o desmate de 88% de junho de 2018 “não condiz com a verdade”. E assim vamos verificando com pesar a divulgação de dados incompletos, com o propósito, quem sabe? – de confundir a opinião pública, ou seja, insistir na criminosa demonstração de mentiras sobre tão grave problema de interesse de toda a humanidade.
O jornal inglês “The Economist”, em matéria recente sobre o importante assunto e sob o titulo “Velório para a Amazônia” alerta-nos que o Brasil tem o poder de salvar a maior floresta do mundo – ou destruí-la (ver no “Estado De S. Paulo”, caderno Metrópole, edição de 2 de agosto deste ano de 2019). Referindo-se à ação predatória (e criminosa) do homem, assim como da fúria destruidora das moto-serras, com sua constante e irresponsável capacidade para abater florestas inteiras, diz o “The Economist” aqui referido que “em nenhum lugar os riscos são mais altos do que na Bacia Amazônica – e não só porque ela abriga 40% das florestas tropicais e de 10% a 15% das espécies terrestres de todo o mundo, mas porque essa maravilha natural da América do Sul pode estar perigosamente próxima do ponto crítico e, assim, sua transformação jamais poderá ser revertida.
Os humanos – prossegue o jornal Ingles – vêm desbastando a floresta Amazônica há mais de dez milênios e a partir da década de 1970 a mata começou a ser derrubada em escala industrial e vem aumentando em face de uma fiscalização débil e uma anistia para o derrubamento passado.
O mundo tem que deixar bem claro para o presidente Bolsonaro que não vai tolerar seu vandalismo, até porque a agricultura do país pode ser a maior vítima. O tratado firmado em junho pela União Européia e pelo Mercosul (deste o Brasil é o maior membro) já inclui cláusulas para proteger a floresta tropical. Resta-nos a esperança de que sejam essas cláusulas cumpridas. A mudança climática, considerada pelo atual governo, tem que ser controlada com energia pelo Brasil, a fim de evitar que o velório da Amazônia se torne definitiva realidade, para desgraça nossa, da humanidade e de suas próximas gerações. Segundo dados atuais o abate está em torno de 278%. Trata-se, pois, de um crime continuado contra a natureza e sua riqueza ambiental. E o presidente nega que assim é…