
A Páscoa é uma data bastante aguardada, especialmente pelas crianças, que esperaram para ganharem os seus ovos de chocolate. Diante da proximidade, milhares de brasileiros já estão indo às compras para conseguirem presentear pessoas queridas, porém, o preço dos ovos está muito alto e vem assustando uma grande parcela da população.
Segundo dados do levantamento preliminar produzido pelo Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), os ovos de chocolate estão 9,52% mais caros neste ano. Com a elevação registrada em 2025, a alta acumulada dos ovos de Páscoa nos últimos três anos chegou a 43%. Diante deste cenário, algumas pessoas buscam outras alternativas.
O educador financeiro, João Victorino, explica que a Páscoa não é apenas sobre chocolate, mas quando falamos sobre presentear um ente querido, então não somos obrigados a comprar ovos caros e grandiosos. Para ele, o que vale é a lembrança e a demonstração de que você se importa e, por essa razão, um chocolate em barras, uma caixa de bombom ou qualquer outro formato é tão especial quanto um ovo.
Além disso, João ressalta que é preciso tomar bastante cuidado. “Muitas pessoas acabam se empolgando, nesse anseio de querer comprar ovos de Páscoa para todos, e gastam mais do que deveriam, extrapolando o orçamento. Isso é péssimo para as finanças, pois será uma dívida que você continuará tendo com o passar do meses e que poderá pesar no bolso de uma maneira significativa”, afirma.
Por outro lado, o preço alto não desanima uma parte dos consumidores, que parecem não se importar com o valor. Dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), em parceria com o Instituto Datafolha, a Páscoa deve movimentar R$ 5,3 bilhões, sendo uma projeção 26,8% mais alta do que o ano passado. O estudo ainda diz que 7 em cada 10 pessoas (67%) pretendem comprar chocolates ou outros produtos.
Ou seja, de acordo com o educador financeiro, existem dois perfis: uma quantidade menor de pessoas que não estão ligando para a quantia que estão gastando e um grupo maior que está preocupado com os valores que precisarão desembolsar nesta data comemorativa. Foi analisando este cenário, onde a maioria busca algumas alternativas de chocolates, que João Victorino resolveu elencar algumas dicas de como não extrapolar o orçamento nesta Páscoa:
1. Planeje antes de comprar e compare preços: Antes de sair às compras, defina quanto você pode gastar. Ter um teto de gastos ajuda a evitar compras por impulso e mantém o controle financeiro em dia. Além disso, evite comprar no primeiro lugar que visitar. Pesquise em supermercados, lojas online, feiras e até em confeitarias artesanais. Às vezes, o mesmo produto pode ter variações de preço.
2. Fuja dos apelos emocionais: Não se sinta pressionado a comprar um ovo de marca famosa só porque é ‘tradição’. Chocolates em barra, bombons ou caixas personalizadas com uma embalagem bonita podem ter o mesmo valor afetivo e custar bem menos.
3. Considere fazer em casa: Se tiver um tempo extra, vale a pena pesquisar receitas simples e preparar ovos ou trufas caseiras. Dá para envolver as crianças, tornar a experiência divertida e ainda economizar bastante.
4. Compre em grupo: Se a ideia é presentear várias pessoas, que tal reunir amigos ou familiares e fazer uma compra coletiva? Comprando em maior quantidade, é possível negociar descontos.
5. Aproveite promoções pós-Páscoa: Essa dica é para quem não faz questão de dar o presente exatamente no domingo: muitos mercados colocam ovos e chocolates com até 50% de desconto no dia seguinte. Pode valer a pena esperar.
Por fim, João reforça que a Páscoa é uma das mais importantes celebrações religiosas para os cristãos e representa a ressurreição. “Os cristãos resignificaram a celebração que os judeus já traziam desde a época da escravidão no Egito. A Páscoa dos Judeus é o Pessach, onde procuram nos lembrar sobre a importância de não desperdiçar e sermos bondosos com o próximo. Essa é uma data bastante significativa para reforçar valores como empatia, partilha e responsabilidade – inclusive a financeira”, finaliza.
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