
O número de trabalhadores brasileiros afastados de seus postos para tratar ansiedade, depressão, burnout etc. não para de subir. Segundo o Ministério da Previdência Social houve um aumento de 68% no número de afastamentos por transtornos mentais, isso significa mais de 400 mil trabalhadores.
Há uma crise de Saúde Mental e ela não se limita àqueles que trabalham como CLTs. Segundo a Cronoshare, plataforma de serviços dedicada ao setor de autônomos, ainda que não seja possível chegar a números tão concretos (já que não é comum que os autônomos peçam afastamentos pela Previdência), os profissionais freelancers ou independentes também devem estar atentos aos sinais e cuidados com a saúde mental.
O que está afetando aos profissionais?
As causas mais comuns observadas pelo relatório também assolam os profissionais que trabalham de maneira independente:
- Luto causado pela pandemia;
- Estresse emocional;
- Insegurança financeira;
- Separações e divórcios;
- Aumento da informalidade.
Tudo isso somado ao dado trazido pela última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que aponta que os autônomos trabalham até 6 horas a mais por semana, em comparação com quem trabalha de carteira assinada.
Essa perigosa combinação de fatores pode acarretar em problemas de saúde sérios para aqueles que se dedicam ao mercado independente, fazendo com que sofram em silêncio e afetando suas rotinas.
Como proteger a sua saúde mental?
Para aqueles que trabalham de maneira autônoma é fundamental manter uma rotina equilibrada entre trabalho e descanso. A IPSE- Association of Independent Professionals and the Self-Employed (Associação de Profissionais Independente e Autônomos), localizada no Reino Unido, uniu algumas dicas para ajudar no cuidado do dia a dia:
- O céu não é o limite – obviamente que sempre queremos nos desenvolver e aumentar os lucros, mas nem sempre isso é possível. Estabeleça metas reais, não muito altas, para não gerar estresse e frustração.
- Uma coisa de cada vez – é importante organizar sua agenda para que você tenha um tempo pré-estabelecido para se dedicar a cada tarefa. Tente deixar um espaço entre um serviço e outro para ajustar o foco.
- Desconectar também é trabalhar – pode parecer difícil, mas é fundamental manter um horário de trabalho delimitado e desconectar quando termine o seu dia. Não é porque você trabalha de casa, que deve trabalhar 24h.
- Cuide da sua saúde física – não subjugue o poder de manter uma alimentação saudável, praticar exercícios físicos e ter boas noites de sono. Tudo isso pode contribuir para melhorar a sua rotina profissional.
- Aprenda a dizer não – aprender a recusar trabalhos, ainda que possa parecer doído, é um passo importante. Pense que é melhor dizer não aceitar do que prestar um serviço não tão bom. Esse é um passo importante para organizar a sua agenda de trabalho.
Falar e cuidar da saúde mental no meio autônomo é muito importante. Já que, segundo a própria IPSE, o aspecto que mais gera impacto negativo é a busca por novos clientes e serviços (53%), algo inevitável para quem trabalha por conta própria. Por isso, é importante entender o estresse e balanceá-lo com outros fatores positivos que compensem esta balança.
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