Tanto se fala em igualdade de gênero e o País ainda parece caminhar na direção oposta. Há pouco mais de um mês celebrávamos a primeira edição dos Jogos Olímpicos na qual haviam número de vagas iguais para cada sexo em todas as 32 modalidades olímpicas. Dias depois, na última quarta (18), informações do 2º Relatório de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios, apresentado pelos ministérios das Mulheres e do Trabalho e Emprego (MTE), em Brasília, revelam que mulheres ainda ganham 20,7% a menos do que os homens. O documento reúne informações de 50.692 empresas do País, que empregam cem ou mais trabalhadores. O envio dos dados está previsto na lei de igualdade salarial aprovada em 2023.
No relatório anterior, divulgado em março, a diferença salarial era de 19,4%. Segundo o Ministério das Mulheres, o aumento é resultado dos novos empregos gerados em 2023. Foram 369.050 mil novos postos formais ocupados por homens e 316.751 mil ocupados por mulheres. A subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, Paula Montagner, analisa que o desequilíbrio no mercado de trabalho reflete o fato de as mulheres, geralmente, ocuparem cargos que pagam salários menores. Em 2023, o salário médio das mulheres foi de R$ 3.565,48 e dos homens foi R$ 4.495,39.
“Em 2023, houve um forte crescimento da geração de empregos para mulheres, mas são vagas que pagam menos. Então, a diferença salarial se ampliou um pouco”, afirmou a subsecretária.
Mulheres Negras – Analisando por raças, o relatório traz informações significativas. As mulheres negras recebem 50,2% da remuneração dos homens brancos no Brasil. Em 2023, o salário médio da mulher negra foi R$ 2.745,76, enquanto dos homens não negros foi de R$ 5.464,29.
Foto: Marcelo Camargo – A.Brasil
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