O brasileiro até consegue trabalho, porém o salário baixo. Antes mesmo do mês acabar, o salário já terminou. Hoje, cinco em cada dez trabalhadores não conseguem chegar ao fim do mês com salário na conta, revela a pesquisa da SalaryFits, da Serasa Experian, feita entre maio e junho de 2025, onde foram coletadas 1.029 entrevistas com funcioná-rios de empresas públicas e de empresas privadas nos regimes CLT e/ou PJ.
“A realidade é desafiadora. O custo de vida continua superior à renda para muitos. A maioria está no limite do seu orçamento e apenas 25% têm uma folga para bancar despesas extras”, afirma o CEO da SalaryFits, Délber Lage. Segundo a pesquisa, somente 1 em cada 4 pessoas conseguiriam custear uma despesa de R$ 10 mil.
O maior gasto é com itens essenciais, como alimentação, que consome 77% da renda, e água e luz (71%). Em seguida, aparecem as despesas menos essen-ciais, como financiamentos de imóveis e veículos (52%), empréstimos (36%), consumo de roupas e utilidades (33%) e gastos com educação/estudo (20%). Para ajudar a fechar as contas do mês, muitos brasileiros recorrem à renda extra.
Segundo a pesquisa, 49% dos entrevistados utilizam fontes de renda extra para não ficar no vermelho. Boa parte acaba usando linhas de crédito, como cartão (23%), cheque especial (12%) e empréstimo, ou recorrem à renda de familiares. Também existem aqueles que trabalham dobrado, como freelancer ou informal (8%) e aqueles que buscam adiantamento salarial, representando cerca de 3%.
Para os brasileiros que chegam ao fim do mês sem dinheiro na conta, a inadimplência é uma realidade. “Sem estabilidade, o trabalhador sente sua vida pessoal sendo diretamente afetada”, afirma Lage.
O endividamento é um fator que afeta 66% dos entrevistados com aumento do estresse, 43% com irritabilidade e 39% com insônia. O executivo da SalaryFits defende a implementação de ações de educação financeira e oferta de melhores produtos de crédito aos trabalhadores. “É preciso buscar soluções de crédito de curto prazo, além de melhorar o poder de compra do brasileiro”, afirma.
Aumento na remuneração salarial
Durante feirão de emprego no interior de São Paulo, no início de julho, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, defendeu aumento na remuneração inicial dos trabalhadores.
“Os salários de entrada estão relativamente baixos. Muitos empresários reclamam da ausência de mão de obra. Se melhorar o salário, evidentemente, você vai atrair mais gente para contratar na sua empresa”, disse, na ocasião, o ministro.
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