José Renato Nalini Opinião

Salvemos nossa água

Os sábios disseram que as guerras no mundo, neste século 21, seriam travadas por disputa pela água. Pode-se viver sem petróleo. Sem água não se vive. Nossa história em relação às águas é muito triste. Nunca valorizamos devidamente esse líquido precioso.

  No mundo civilizado, as pessoas se orgulham de terem suas casas diante dos rios. Rios são fontes de vida, de beleza, de temperatura adequada, de sustento. Aqui no Brasil, a indigência cultural faz com que os fundos das casas confrontem com os rios.

Mais do que isso, enterramos nossos córregos e riachos. Fazemos criminoso “encanamento” dos cursos d’água, mais para atender ao automóvel do que ao ser humano. Se alguém tiver juízo no Brasil cuidará de devolver à natureza aquilo de que ela sente falta, pois nós subtraímos os rios, os riachos, os córregos. Recuperar córregos é uma tarefa patriótica e salvífica.

Veja-se a insensatez de São Paulo. O planalto dispunha de quatro grandes rios. O que ficou? Um Tietê fétido, que é um condutor de imundícies produzidas por parte dos quase treze milhões de paulistanos. Só em 2029 é que o Tietê poderá contar com um líquido que se assemelhe a água. Quantas vezes já não assistimos a essa tentativa de salvar o rio dos Bandeirantes? Dinheiro do Japão, dinheiro de bancos internacionais, tudo continuou como antes. Agora se promete prosseguimento do Projeto “Integra Tietê”, com desassoreamento e universalização do saneamento básico. A conferir. Tomara que não haja interrupção e que os compromissos sejam realmente cumpridos. Precisamos salvar nossa água. Sem ela, nosso destino será trágico. Ninguém quer isso.            

Todas as cidades precisam cuidar melhor de sua água. Há regiões muito áridas, mas há muitas bacias hidrográficas em São Paulo que merecem atenção, carinho e cuidados especiais. Como está a situação de sua cidade? O que você tem feito para que o Poder Público venha a cumprir com exação a sua parte? A responsabilidade não é exclusiva do governo. A população pode e deve ajudar. Um bom começo: descartando corretamente aquilo que desperdiça e que lança às ruas, com destino aos córregos, que restam contaminados e comprometidos com a sujeira. Isso não é civilizado.

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