O uso de fontes renováveis aumentou no País. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), hoje, o Brasil possui 18.172 usinas solares e 978 usinas eólicas em operação. Em 2020, eram 3.912 solares e 681 eólicas no País. A geração de energia elétrica terminou o ano de 2023 com crescimento de 10.324,2 megawatts (MW). Somente em dezembro, foram acrescidos 1,9 mil megawatts (MW), com a entrada em operação comercial de 51 unidades geradoras em todo o país.
No ABC, Santo André inaugurou, na quarta (28), a segunda usina fotovoltaica da cidade, ampliando a capacidade do município em gerar eletricidade por meio da energia solar. Em uma área de 15 mil m² próxima à Avenida dos Estados, a UPES III (Unidade de Produção de Energia Solar) contém 2.352 painéis, de 540 watts cada.
A cidade está em fase de implantação de um complexo de usinas fotovoltaicas, que será composto por quatro usinas. A primeira delas foi inaugurada em maio, no Jardim Las Vegas, em uma área de 11.000 m² e com mais de 1.700 painéis. Outras duas usinas estão em fase de construção no bairro Cidade São Jorge, próximas ao aterro sanitário.
Na ocasião, o prefeito Paulo Serra mencionou o ex- secretário de Infraestrutura e Serviços Urbanos, Vitor Mazzeti, que foi um dos principais envolvidos no projeto para construção do complexo de usinas na cidade, e que faleceu em junho deste ano. “Com a sua inconformidade positiva, Vitor me falou: ‘vamos fazer algo a mais. LED, daqui a pouco, está tudo mundo fazendo e, Santo André está sempre a um passo à frente das outras cidades’, e então ele criou o maior completo de usina fotovoltaica de produção de energia limpa municipal do Brasil”, afirmou Serra.
A energia elétrica gerada no conjunto de usinas será disponibilizada para a Enel. Em troca, a concessionária vai fornecer para a cidade créditos que serão utilizados para reduzir o valor da conta de luz de prédios públicos. A expectativa é que, em cerca de 7 anos, a economia gerada supere os recursos investidos na construção do complexo de usinas. Com as quatro unidades prontas, Santo André terá aproximadamente 9 mil painéis de energia solar em funcionamento.
O prefeito ressaltou a questão da sustentabilidade da obra. “Do ponto de vista de políticas públicas de sustentabilidade, é uma obra que fala muito aquilo que nós acreditamos, pois tem a questão da economia de recursos, responsabilidade com o uso do dinheiro público, porque a obra vai fazer com que a cidade economize gasto com energia, mas o payback vai chegar no bolso do cidadão. Daqui a algum tempo, o morador de Santo André poderá ter uma redução no valor da conta de luz, por conta da produção dessa energia, somada ao programa Banho de Luz”, afirmou o prefeito. “Tudo o que é produzido aqui entra como crédito na rede, junto à concessionária e isso é abatido das contas de todos os andreenses”, completou.
Nos próximos dias, será instalada uma bateria na UPES III, onde será possível reter o que é produzido durante o dia e, depois, fornecer o que foi armazenado durante a noite, quando a usina não produz energia. “Será como se a usina funcionasse 24 horas por dia, mesmo sem sol”, explicou Paulo Serra.
Legislação – Apesar de ser um mercado crescente no país, o grande número de parques eólicos e solares no Brasil tem criado um novo desafio ambiental: o destino dos equipamentos, como painéis e cataventos após o término da vida útil. Os painéis têm vida útil aproximada de 25 anos, enquanto os cataventos, 20 anos. Segundo a Agência Internacional para as Energias Renováveis (Irena), até 2030, o país irá gerar de 2,5 mil a 8,5 mil toneladas de resíduos decorrentes do descarte de painéis, podendo chegar entre 300 mil a 750 mil toneladas até 2050. Hoje, os cataventos não são mencionados na legislação brasileira. Já as placas solares, segundo decreto de 2020, são de responsabilidade de importadores e fornecedores, que deverão destiná-las à reciclagem. Cerca de 90% dos painéis solares no país atualmente são importados da China. “O Brasil engatinha mesmo. Precisamos assumir qual matriz energética queremos seguir. Enquanto não for definido, a legislação vai ficar engatinhando e confusa. Hoje não tem nada que estimule a produção de energia limpa. Santo André faz por uma iniciativa da cidade”, pontuou o prefeito Serra.
Foto: Folha do ABC
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