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Santo André inicia testes para implantação de ônibus elétricos

O prefeito de Santo André, Paulo Serra, acompanhado do gerente da Eletra, Silvestre Souza, e da diretora da concessionária SA Trans, Lidiane Pinto, apresentou o novo ônibus elétrico, que será testado em linhas do transporte coletivo municipal.

O veículo elétrico é fabricado pela empresa Eletra, que tem sede em São Bernardo, e possui tecnologia 100% brasileira. O novo ônibus passará por período de teste de uma semana e, posteriormente, após estudo de viabilidade, poderá ser implantado na cidade, em janeiro de 2024.

“Começamos uma nova fase na questão da mobilidade urbana de alta capacidade. Há mais de um ano que a gente vem fazendo testes na cidade, com ônibus de combustível não poluente, no caso ônibus elétrico. E, a partir de hoje, começa a andar nas linhas da cidade, tanto da Viação Guaianazes, quanto na Vaz. Vamos testar eles em todas as características de linhas, mais longas, com bastante ocupação, para, na prática, entendermos a capacidade”, explicou o prefeito.

Na avaliação da Serra, a implantação de ônibus não poluentes é fundamental para a sustentabilidade. “É um caminho sem volta. A questão da sustentabilidade é fundamental. Hoje, da parte de emissão de gases poluentes, 50% de 50% vêm de veículos automotores e os ônibus acabam colaborando muito, metade dos gases que recebemos do efeito estufa são das queimadas, por isso que a questão da preservação da Amazônia é tão importante, mas a outra metade vem de todos os tipos de chaminés e emissões de gases dos veículos”, afirmou.

O ônibus elétrico possui autonomia de 200 km, porém, quando ele realiza a frenagem, também é acionado o recarregamento da bateria.

Segundo Silvestre Souza, o ônibus elétrico irá percorrer a Linha B-21, que compreende o trecho do bairro Cidade São Jorge (Av.São Paulo) até o bairro Campestre (rua Cajuí), com 51 paradas. “Estamos começando agora, com testes, um ônibus elétrico de 12,1 metros. Totalmente brasileiro, produzido no ABC. Ele irá fazer a linha B-21, que liga a região da Cidade São Jorge, ao Campestre, e posteriormente, está em análise uma linha da empresa Vaz de transportes, onde ele vai rodar no intuito de fazer os testes iniciais para a operação. O estudo é para implantação de 10 ônibus, no total, incorporando as empresas Guaianazes e Vaz”, contou à Folha.

De acordo com o gerente da Eletra, o ônibus a diesel precisa parar para uma revisão simples por quatro vezes, enquanto que o elétrico para uma única vez. “Para o custo de km rodado do diesel, o elétrico pode rodar de 4 a 5 km. Então, o capex, o investimento inicial, é um pouco mais alto, mas no tempo é notório que o ônibus elétrico vai compensar este investimento, além da grande contribuição para que tenhamos um ar mais limpo”, destacou.

Implantação de mais ônibus elétricos na cidade

À Folha, Serra revelou que, primeiramente, irá aguardar o resultado dos testes, para depois implantar mais ônibus elétricos na cidade, mas isso dependerá de financiamento. “Primeiro, vamos aguardar a característica que estes testes vão demonstrar. Estamos muito confiantes que será possível implementar em todas as linhas, aí o segundo ponto é o financiamento, o município sozinho e as empresas sozinhas não conseguem  financiar para fazer essa troca rápida. Até o final do ano, vamos conseguir apresentar um programa efetivo, para sabermos em quanto tempo a nossa frota vai poder estar com combustível não poluente”, afirmou.

Atualmente, Santo André possui frota de 302 veículos que operam a diesel, mas não foi especificado quanto tempo seria necessário, nem o valor total do investimento, para a substituição completa destes ônibus, por elétricos. “O custo de cada ônibus elétrico é de R$ 2,5 milhões, enquanto que o a diesel é um terço do valor, ainda é um pouco elevado, mas não temos dúvida que isso valha a pena, compensa, não só na questão do meio ambiente, mas também para os usuários”, avaliou o prefeito.

Serra ainda revelou que é preciso que haja incentivos tributários, por parte do governo federal, para a implantação destes veículos elétricos. “Vamos buscar junto ao governo federal. Deveria ter um incentivo tributário para este tipo de veículo. Fará parte de uma grande discussão, na Frente Nacional de prefeitos, capitaneada pelo prefeito Ricardo Nunes, que está implantando ônibus elétrico na Capital”, disse.