Negócios

Santo André realiza nova edição do Meeting Empresarial

A Prefeitura de Santo André promoveu, nesta quarta (2), a 5ª edição do Meeting Empresarial. O evento foi no Cine Theatro de Variedades Carlos Gomes, no Centro, e reuniu cerca de 750 empresários da região, segundo organizadores. 

A programação contou com palestras de Amyr Klink, escritor, marinheiro e explorador; Jorge Lima, secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo; Rodrigo Borges, cofundador do Buscapé e sócio-fundador da Domo Invest e Vicente Marino, CEO Latam da Bridgestone. A apresentação do Meeting foi feita pela jornalista Cristiane Pelajo.

Paulo Serra: “Santo André registrou um crescimento de 1.472% em investimentos privados, de 2017 a 2022”

Na ocasião, o prefeito Paulo Serra, em seu discurso, revelou que Santo André registrou um crescimento de 1.472% em investimentos privados, de 2017 até 2022, passando de R$ 54 milhões para R$ 848,8 milhões.

Além disso, o município teve aumento de 80% em relação aos investimentos públicos, passando de R$ 466 milhões em 2017, para R$ 827,6 milhões em 2023.

Serra destacou que todos esses investimentos, tanto públicos quanto privados, foram possíveis devido ao “choque de gestão”, implantado em 2017, no início de sua gestão. “Primeiro, recuperamos a capacidade financeira de Santo André, tínhamos quase R$ 5 bilhões em dívidas totais e mais de R$ 400 milhões de dívidas de curto prazo, que foram pagas. Esse pagamento que foi feito, essa redução de 60% das dívidas de curto prazo e 80% das dívidas de longo prazo gerou uma nova credibilidade para a cidade”, explicou.

Na sequência, o prefeito contou que a cidade voltou a atrair investimentos privados ao promover a desburocratização, informatização dos processos de licenciamento e “tirando obstáculos” da vida do empreendedor. “Também temos a devolução de imposto para quem gera novos empregos e renda na cidade, temos uma política fiscal. Claro, que depende mais do governo federal, mas a Reforma Tributária vem em encontro disso. Ela não é o ideal, mas tem que sair do papel para passarmos um recado ao mundo que o País está trabalhando nestas reformas tão importantes”, enfatizou.

Outro dado divulgado pelo prefeito foi a geração de empregos em Santo André, que totalizou 45.520 postos de 2017 a 2023, partindo de 2.472 empregos, em 2017, para 9.639, em 2022, o que representa um crescimento de 290%.

Jorge Lima: “Vamos montar uma coalizão empresarial no ABC”

O secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, Jorge Lima, proferiu palestra na qual enfatizou as prioridades do governo para São Paulo, que já atingiu R$ 177 bilhões em investimentos.

A primeira delas, de acordo com o secretário, é a reindustrialização, com a defesa da Reforma Tributária, para “resolver a guerra fiscal entre os estados”. A segunda é a transição energética. “São Paulo possui 60% da matriz energética limpa do país. Vamos apostar no etanol, queremos levá-lo como carro-chefe, ele não pode ser um subproduto. Também investiremos em biogás, biometano, energia a partir de resíduos sólidos urbanos”, afirmou.

A terceira, segundo Lima, é o fomento ao empreendedorismo. “Mas ele possui defeitos: a dificuldade de acesso ao crédito, a qualificação e capacitação profissional e o desemprego. É um problema enorme, pois nesses 8,7% de desemprego no Estado, vemos que há emprego, mas não há candidato capacitado para as vagas, temos emprego, mas as pessoas não querem. De cada 10 empresas, 7 fecham, pois os empresários sabem o que é capital de giro”, disse.

O secretário revelou que o PIB do Estado de São Paulo corresponde a 32,6% do PIB nacional. “Se o Estado de São Paulo fosse um país seríamos a 21ª economia, altamente representativa. Só São Paulo tem economia maior do que a do Peru, do Uruguai e a do Chile”.

Também chamou atenção para o PIB interno do Estado. “São Paulo tem uma concentração de PIB na casa dos 81% e que vem de quatro regiões: a Região Metropolitana, na qual está inserido o ABC, vem com 50,5%; Campinas com 20,2%, São José dos Campos, com 5,9% e cerca de 4,9%, Sorocaba. Isso compõe mais de 81%. É uma preocupação porque não consigo fazer um desenvolvimento igualitário no Estado”, explicou.

Lima ainda citou Araçatuba, que representa 1,2% do PIB, Franca, 1,2%; Marília, 1,6% e Registro, 0,4%. “Há um desequilíbrio que faz com que tenhamos que achar essa vocação e enquadrar o programa”, disse.

Para promover o desenvolvimento de forma equalitária, Jorge conta que o governo irá dividir as atuais 16 regiões administrativas. “Vamos quebrar por vocações. Então, estamos criando colisões empresariais, já estamos na 15ª, estive em 146 cidades até agora, vou nas 600, porque não acredito que dá para fazer política pública sem conhecer, é impossível”, frisou.

Segundo o secretário, é preciso achar a vocação econômica dos municípios para gerar desenvolvimento. “Estamos montando essas colisões, no caso do ABC, vamos montar uma colisão específica. Quero conversar com os empresários que detêm o capital privado para saber aonde vou alocar na vocação dessas cidades”, explicou.

Sobre o tema, o secretário revelou à Folha: “Vamos dividir o Estado de São Paulo em várias regiões para conseguir enxergar o crescimento. Em breve, vamos montar a coalizão empresarial do ABCD, talvez a gente divida em até duas, o que é uma necessidade muito grande da gente enxergar São Paulo como se fosse um País”.

 

Vicente Marino: “Queremos criar na nossa unidade de Santo André, uma unidade produtora de pneus comerciais, de caminhão, que possam servir não somente ao mercado nacional, quanto o internacional”

O presidente da Bridgestone Latino América Sul, Vicente Marino, falou sobre a chegada da empresa a Santo André. “Ela nasceu em Santo André, há 83 anos, quando chegamos. Somos um vizinho que chegou a Santo André, praticamente, éramos parte de Santo André, mas estávamos praticamente sozinhos ao redor. Hoje, posso dizer, com grande orgulho, que estamos abraçados por toda a cidade”, contou.

O empresário revelou que isso também traz restrições para a ampliação da planta industrial. “Santo André foi crescendo e ficamos dentro do centro da cidade, e isso tem criado algumas restrições para o nosso crescimento, porque não temos como crescer horizontalmente e, é uma das razões pelas quais estamos fazendo movimentos para poder, efetivamente, criar na nossa unidade de Santo André, uma unidade produtora de pneus comerciais, de pneus de caminhão, que possam servir não somente ao mercado nacional, como também ao mercado internacional”, anunciou.