O prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior, assinou, na segunda (22), a ordem de serviço para o início das obras do ReFundação, maior programa de combate às enchentes da história da cidade.
“Estou efusivo com a assinatura do início das obras deste programa municipal de combate às enchentes chamado Prodesa (Programa de Desenvolvimento Ambiental e Saneamento Básico de São Caetano), fruto da nossa prospecção na busca de recursos para solução desse problema”, anunciou Auricchio.
Na ocasião, o prefeito relembrou que as enchentes no bairro Fundação não são um problema recente. Há registros de cheias, anos antes da própria fundação de São Caetano, em 1877. As enchentes, de acordo com Auricchio ocorrem, pois no bairro está localizado o vértice do Rio Tamanduateí, com o Ribeirão dos Meninos, que também recebe águas de rios que passam por Diadema, São Bernardo e São Paulo.
O prefeito, inclusive, leu trecho da carta de São Vicente, redigida pelo Padre Anchieta, em 1560 que, ao escrever para um general em Roma, relatou “as abundantes e frequentes chuvas com grandes tempestades, trovões e relâmpagos” e as “grandes enchentes”. Ou seja, o problema das enchentes na área tem origem desde o século XVI.
Segundo Auricchio, desde 1976 não há uma intervenção de combate às enchentes junto ao canal do Rio Tamanduateí no território de São Caetano. “Isso sempre me incomodou muito como prefeito. Em 16 anos, acho que enfrentei, pelo menos, umas quatro grandes enchentes com perdas significativas, uma delas, inclusive com perda de vida”, contou.
O projeto do ReFundação teve seus primeiros desdobramentos em 2011. Durante o segundo mandato do prefeito, foi realizada visita à CAF (Corporação Andina de Fomento) em Brasília, porém, durante o governo que o sucedeu, o projeto ficou parado.
Em 2017, quando Auricchio retorna para o terceiro mandato, inicia ajuste fiscal na cidade, que estava depauperada financeiramente e sem possibilidade de pleitear recursos internacionais para a obra. Em 2018, foi protocolado o projeto, em 2019, após missão da CAF à São Caetano, houve a aprovação do programa.
Em dezembro de 2019, foi lançado o ReFundação. Durante os anos de 2020 e 2021 as contratações ficaram suspensas, por conta da pandemia e, em outubro de 2022, foi assinado contrato com a CAF. Então, em abril de 2023 foi aberto edital de licitação internacional e, agora, em abril de 2024, iniciadas as obras.
CONJUNTO DE OBRAS
As obras já tiveram início, na segunda (22) e devem durar de 24 a 30 meses. Serão quatro frentes, de acordo com Auricchio e elas vão ocorrer simultaneamente. “As frentes serão paralelas e concomitantes de ataque a esse problema”, destacou o prefeito.
A primeira frente é a obra do piscinão, a ser instalado entre a Av.do Estado, a Rua Ceará e a Av.Conde Francisco Matarazzo, com capacidade de retenção do reservatório de 18.826,80 m³ de água.
A segunda, é a ampliação de galerias de águas pluviais na sub-bacia do Fundação em 5 km, com início pelas ruas Pedro Alexandrino, Deputado Emílio Carlos e Herculano de Freitas. Também há a implantação de redes de esgoto nas sub-bacias em 3 km e alteamento de muro, em toda a extensão da Av. do Estado na cidade (4 km). O valor total do investimento é de R$ 173 milhões.
“É o início do fim de um problema que sempre afligiu muito São Caetano como um todo, mas principalmente o bairro da Fundação. As obras, quando estiverem prontas, ao lado do piscinão Jaboticabal, findaremos um grande ciclo de drenagem e obras de combate às enchentes”, afirmou o deputado estadual Thiago Auricchio.
PROGRAMA NÃO ELEITOREIRO
O prefeito também destacou que não se trata de um programa eleitoreiro. “Incomoda muito ver as pessoas sofrendo, sobretudo numa área dessas, mas tenho uma alegria muito grande em poder realizar esse programa. Ele não é eleitoreiro, porque não sou eu quem vai entregar. É no mínimo 30 meses, quem me suceder vai conduzir isso da melhor forma possível”, explicou Auricchio. “Podem confiar em alguém que é filho desta cidade, especificamente minhas origens estão neste bairro”, completou.
Auricchio ainda enfatizou que o programa é controlado por um banco multilateral internacional e tem controle do Tribunal de Contas da União, do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo e da secretaria de Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda, em recado “aos que beiram a bossalidade”, se referindo a possíveis adversários políticos.
À Folha, o prefeito fez análise sobre o impacto das obras na população da cidade. “Não é só o bairro Fundação, o Prosperidade se beneficia disso. Certamente, há gente que transita que mora em outros bairros e que trabalham no Fundação que também se beneficiarão. É um número bem significativo de pessoas beneficiadas”, disse.
(Fotos: Letícia Teixeira/PMSCS)