Dom Pedro Opinião

São Nicolau

Desde criança conheci o São Nicolau como Papai Noel. Recebi um texto que conta quem foi ele…, mas, “quem conta um conto aumenta um ponto”, nunca saberemos se realmente a vida dele foi assim. Mas aí vai…
“6 de dezembro. Dia de São Nicolau de Mira e de Bari. Venerado e amado e muito querido por todos os cristãos do Ocidente e do Oriente. Sem dúvida alguma o santo mais popular da Igreja. Ele é padroeiro da Rússia, da Grécia, de Lorena na França, de Mira na Turquia e de Bari na Itália. Das crianças, das moças solteiras, dos marinheiros, dos cativos e dos lojistas. Por tudo isso os dados de sua vidas e misturam as tradições seculares do cristianismo. Filho de nobres, Nicolau nasceu na cidade de Patara, na Ásia Menor, no século III, em torno do ano 250. Foi consagrado bispo de Mira, atual Turquia quando era muito jovem e desenvolveu seu apostolado também na Palestina e Egito. Mais tarde durante as perseguições do Imperador Diocleciano, foi aprisionado até a época em que foi decretado o Edito de Constantino, sendo finalmente libertado. Morreu no dia 6 de dezembro de 326, em Mira. Sua sepultura se tornou meta de intensa peregrinação. Muito mais tarde foram atribuídos os milagres ao santo de Mira, que, muito humilde, apesar de ter nascido em uma família de grandes posses, vestia sempre um camisolão que ia até os pés. Sempre presenteando os mais humildes. Dizem que colocava presentes para as crianças em sacos e os jogava pelas chaminés. Foi venerado como santo ainda em vida. Depois de mais de sete séculos passados de sua morte, Nicolau de Mira, se tornou Nicolau de Bari”. Seu corpo foi levado para Bari e recebido pelo povo que o elegeu como seu protetor celestial. Os milagres continuaram, seu culto se propagou por toda a Europa.
Sua figura bondosa e caridosa, símbolo da fraternidade cristã, mantem-se viva e impressa na memória da cristandade. Há muitos anos também na humanidade toda, através de Papai Noel, de Nikolausna Alemanha e Santa Claus nos países anglo-saxões. Mesmo sob falsas vestes, São Nicolau nos exemplifica e recorda o seu amor às crianças e aos pobres e a alegria em poder servi-los em nome de Deus”
(Organizações Paulinas)
Meu pai, Alberto Eduardo Bellinghausen, começou aqui em São Bernardo, segundo um amigo também filho de alemães, quando nasceram os filhos, a se vestir de São Nicolau. Foi minha avó Assumpção, portuguesa, que fez o camisolão para ele em flanela vermelha. Não tinha os arminhos nos acabamentos. Éramos cinco filhos com alguns anos de diferença. Eu e meu irmão Ronald, mas velho, quando descobrimos que era nosso pai, tínhamos que o ajudar a se vestir e enganar os mais jovens. Sem as barbas postiças que fabricaram depois, ele passava goma arábica no rosto, desembrulhava um rolo de algodão e colava acima dos lábios, nas sobrancelhas e na barba. Queimava uma rolha na vela e passava em partes do rosto para imitar a fuligem da chaminé. Amarrava um travesseiro na barriga e colocava um cinto preto em cima da roupa. E o gorro na cabeça, onde antes minha mãe Odette colava algodão na beira para imitar um arminho… apagávamos as luzes, minha mãe tocava músicas natalinas no piano e lá vinha ele com o saco dos presentes e batendo um sino nas mãos. Na confusão, sempre ele levantava a barba para tomar um vinho… ou o que fosse… rsrss… O duro depois era descolar todo aquele algodão. E para as crianças, ele sempre tinha ido ao banheiro na hora da chegada do bom velhinho.
Mais tarde, seguindo o Pai Noel americano, que foi desenhado por um cartunista em 1863, fizemos as roupas como hoje é o costume. Ao passar dos anos, todos os meus cunhados, filhos e até um neto e uma irmã foram o Pai Noel da família…
Natal é família. É alegria, e principalmente a gente poder continuar fazendo o sonho das crianças. Poder conservar a inocência delas, poder mais tarde ter tão boas e engraçadas lembranças.
Mesmo as crianças mais humildes sonham com o Pai Noel. Aproveitem então para que isso se realize com um pequeno gesto de amor…
Saudades, Didi