Quinta Avenida

Sarah  & Billy  (parte II)

No início dos anos 1950, Sarah dividia a carreira em apresentações no rádio. televisão e teatros, como o badalado Carnegie Hall em New York. Casada com o trompetista e bandleader George Treadwell desde 1947, ele dirigia sua carreira regendo a big band em shows e gravações, em uma década de prolífico trabalho.

 Os rendimentos nesses anos atingiram a soma de 150 mil dólares anuais. Paralelamente, o amigo Billy, iniciava auspiciosa trajetória no disco na gravadora M.G.M. Records, tornando-se um dos principais artistas da etiqueta. Privilegiada voz de baixo-barítono, suas interpretações dos temas “Blue Moon”, “Temptation”, “My Foolish Heart”, “I Wanna Be Loved” e “I Apologi-ze”, são emblemáticas e jamais igualadas.

Sarah Vaughan ocupou invejável lugar no disco ao gravar nas etiquetas Mercury, Roulette, Reprise, Mainstream e Pablo Redords, esta, de propriedade do produtor musical Norman Granz. Uma discografia extensa e variada, com respaldo das big bands dirigidas por Count Basie, Duke Ellington, Benny Carter, Jimmy Jones e Quincy Jones. Também,  gravou com grandes nomes do jazz como Miles Davis, Joe Pass, Ray Brown, Oscar Peterson e Louis Bellson.

Mister B, como era chamado por amigos do jazz, foi o primeiro  cantor negro norte-americano a alcançar o sucesso nacionalmente, com legiões de admiradores em todo país. Campeão na venda de discos e, em algumas ocasiões, suplantando Frank Sinatra. Em 1955, deixou a M.G.M. indo para a RCA Victor, transferindo-se posteriormente para a Mercury Records. Entre 1960 e 1964, gravou  na Roulette, a partir daí, para as etiquetas Motown e Enterprise.

O crítico musical Gunther Shuller, considerava Sarah Vaughan a maior artista vocal do século XX. Extensão de voz que alcançava duas oitavas e meia, abrangendo quatro categorias: barítono, contralto, mezzo-soprano e soprano. Além dessas raras qualidades vocais, usava variada gama de vibratos, que aliava à afinação instintiva. Suas interpretações sempre tiveram um caráter instrumental, com agudos intensos e graves profundos.

Billy Eckstine correu o mundo em temporadas. No Brasil, esteve em cinco oportunidades (1950-1970-1986-1987 e 1988). Nos anos 1980, apresentou-se para um seleto público no “150 Nightclub” do Hotel Maksoud Plaza em São Paulo. Sempre acompanhado  pelo pianista e arranjador Bobby Tucker, com Billy desde 1949,  mostrando toda  classe e senso interpretativo.

A crítica especializada norte-americana, era unânime em considerar que, no após-guerra (1946), surgiram-no cenário da música popular norte-americana, duas grandes vozes românticas inigualável. Billy Eckstine e Nat “King” Cole. Quanto a Sarah, sua presença entre nós foi constante nos anos 1970 e 80, tendo em 1978 gravado um álbum produzido por Aluísio de Oliveira com músicas dos compositores Milton Nascimento, Tom Jobim e Dorival Caymmi.

Billy, foi um expoente destacado do jazz, particularmente no movimento que ficou conhecido como “be bop”. Compositor, instrumentista (trompete, trombone de válvulas e saxofone-tenor) e cantor, além de arranjador e bandleader. Nascido na cidade de Pittsburg-Pennsylvania no dia 08 de julho de 1914, faleceu na mesma cidade a 08 de março de 1993, aos 78 anos.

Sarah, fumante compulsiva de três maços diários, nasceu em Newark-New Jersey no dia 27 de março de 1924, faleceu vítima de câncer pulmonar a 03 de abril de 1990, aos 66 anos. Sarah Vaughan e Billy Eckstine, dois artistas de renome, duas vozes inesquecíveis.

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