Após Saul Klein, filho do fundador das Casas Bahia, ter sido acusado de aliciar e estuprar 14 mulheres em festas em sua casa, em Alphaville, desde 2008, segundo denúncia publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, uma ex-funcionária do empresário revelou ao programa Fantástico, da Rede Globo, no domingo (27), que estima que em um ano, uma média de 230 mulheres tenham passado pela casa do milionário de 66 anos.
Na reportagem, as mulheres relataram que eram submetidas a controle de peso, pressionadas por terceiros a realizarem procedimentos estéticos e a manter relações sexuais com Klein, sempre sem o uso de preservativos, mediante remuneração de R$ 3 mil a R$ 4 mil por semana. Segundo a ex-funcionária, que também foi uma das vítimas de Klein antes de trabalhar para o milionário por 12 anos, revela que não consegue estimar quantas mulheres passaram pelas festas, mas acredita que uma média de 200 a 230 meninas por ano, algumas menores de idade.
A defesa de Klein alega que as relações eram todas consensuais, e que o empresário era um ‘sugar daddy’, termo que designa homens mais velhos que têm o fetiche de sustentar financeiramente mulheres mais novas em troca de afeto e/ou relações sexuais. Ainda foi alegado que Klein é vítima de um grupo organizado que se uniu com o objetivo de enriquecer ilicitamente às suas custas. O Ministério Público (MP), que pediu a instalação do inquérito com base em 14 denúncias, contesta essa versão.
Klein passará por uma perícia psicológica após decisão da Justiça de São Paulo. A decisão foi proferida pela juíza Daniela Leal, em processo movido por Philip Klein, filho do empresário, que solicitou a interdição do pai alegando que ele está dilapidando seu patrimônio de forma “acelerada” e “inconsequente”. De acordo com o UOL, Philip alegou que o pai possuía mais de R$ 1,5 bilhão. Mas que, para sua surpresa, o pai, que foi candidato a vice-prefeito em São Caetano, declarou à Justiça Eleitoral possuir somente R$ 61 milhões.
O caso, que está sendo investigado pelo Ministério Público, corre em segredo de Justiça. O MP já solicitou que o empresário entregasse seu passaporte e o proibiu de manter contato com as vítimas.
São Caetano- Como Saul Klein compôs como vice de Fabio Palacio (PSD), nas eleições de novembro último, o político divulgou nota oficial sobre o caso, por meio das redes sociais: “Informo que Saul Klein não será candidato a vice-prefeito nas próximas eleições que se avizinham em São Caetano. Em nossa live do dia 23 de dezembro, fui taxativo em minha opinião sobre o caso e reafirmo: tudo tem de ser investigado e os culpados devem ser punidos com o rigor da lei. Da mesma forma que exigi da Justiça na apuração das fraudes eleitorais cometidas pelo prefeito Auricchio, com recursos ilícitos, também peço Justiça na apuração desse caso que envolve o Saul, mesmo sendo com seus recursos particulares. Nesse caso a questão é moral. Só assim, à luz da Justiça, é que construiremos uma relação verdadeira, honesta e transparente”.