Após a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, anunciou sua saída do governo, em pronunciamento oficial, nesta sexta (24) de abril. Nesta fala, concretizou seu pedido de demissão.
“Não foi me apresentado a causa da demissão de Valeixo. Não foi por mal desempenho ou erro grave. Entendi que houve interferência política na Polícia Federal. Tenho o dever de proteger a Constituição e a Polícia Federal. Tive 22 anos de magistratura, não posso deixar que isso atrapalhe a minha biografia”, disse.
Moro ainda completou: “não houve nenhuma razão. Tentei argumentar ao presidente que neste momento de pandemia isso poderia gerar um impacto negativo no País. Não obtive resposta”.
O ministro ainda revelou que só soube da exoneração do Valeixo, nesta sexta (24), pela manhã, quando leu no Diário Oficial. “Não tinha como aceitar essa substituição sem motivo. Seria um tiro à Lava Jato. Há interferência política. Não posso concordar nem persistir mais nisso”, disse Moro.
A razão da saída de Valeixo, possivelmente, seria a contrariedade com o inquérito, presidido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que apura uma rede de fake news para destruir reputações de inimigos do bolsonarismo.