Em São Paulo e outros estados, os shoppings têm vivenciado um novo comportamento dos lojistas. Pressionados pelo reajuste do aluguel e condomínio, é crescente o número de lojistas que têm optado por abrir loja na rua para cortar gastos. Segundo a Associação Brasileira dos Lojistas Satélites (Ablos) que reúne lojas menores que as âncoras, no início da pandemia, em 2020, as administradoras dos shoppings, em sua maioria, concederam descontos sobre o aluguel e não fizeram o reajuste anual. Agora, no entanto, o reajuste pelo IGP-M, em alguns empreendimentos, está sendo repassado integralmente ao lojista.
Se em São Paulo este comportamento está frequente, no ABC, os principais shoppings da região têm se adaptado às necessidades dos lojistas. O superintendente do Shopping Metrópole, em São Bernardo, Rodrigo Galo, afirma que os lojistas buscam equipamentos que tragam fluxo para sua loja e ao mesmo tempo um ambiente que proporcione uma experiência multissensorial agradável e, nesse sentido, os shopping centers, principalmente os equipamentos mais tradicionais e maturados têm a preferência das marcas. “O Shopping Center é um ‘organismo vivo’, que muda e se adapta com o tempo, justamente para refletir os anseios dos consumidores e as tendências do varejo. O Shopping Metrópole, por exemplo, que completará 42 anos este ano, tem passado por várias mudanças aos longos dos anos, de modo a ser manter atrativo para clientes e lojistas”, afirma o executivo. No Golden Square Shopping, também em São Bernardo, os lojistas são tratados como grandes parceiros e, de acordo com a superintendente Renata Salino, esta relação continua sendo fundamental para geração de bons negócios. “Mantemos a premissa de manter o fluxo de pessoas, oferecer segurança e potencializar as vendas por meio de um mix de lojas atrativo, serviços diversificados, marketing efetivo, além de uma programação cultural que visa oferecer diversão e lazer para toda a família”, afirma Renata.
Comércio Eletrônico
De acordo com estudo da gestora Canuma Capital, os shoppings faturaram aproximadamente R$ 190 bilhões em 2019 e a previsão é que tenham fechado 2021 em R$ 175 milhões. Já o comércio eletrônico atingiu R$ 260 bilhões ano passado. Mesmo com a reabertura do comércio e a volta do público presencial, os empreendimentos adotaram medidas que atendem tanto o público que busca praticidade e prefere realizar suas compras online, como também aqueles que não abrem mão de irem até o shopping e comprarem pessoalmente. “Nosso objetivo é oferecer praticidade e comodidade aos nossos clientes. Assim, para poder atingir esse objetivo, além do mix de lojas físicas que deve ser completo e variado, também temos a vitrine virtual, na qual o cliente pode comprar em nosso site e retirar seu produto nas lojas físicas ou em casa, através do delivery”, afirma o superintendente do Shopping Metrópole, Rodrigo Galo. No Golden Square, o cliente conta com uma estrutura e um ponto de retirada para drive-thru/delivery no estacionamento e a compra é negociada diretamente com o lojista, por meio de canais digitais. Porém, a superintendente do empreendimento, Renata Salino, ressalta a importância da experiência presencial para consumidores e marcas. “Mesmo com a praticidade e agilidade proporcionadas pela tecnologia, a interação com um especialista é fator fundamental para a decisão de compra em muitos segmentos. Após muito tempo em casa, por conta da quarentena, sentimos que nossos clientes estão felizes com o retorno às compras de forma presencial”, afirma Renata.
Claudio Nembri, coordenador de administração geral do Grupo AD, responsável pelo Shopping ABC, em Santo André, afirma que não vê o comercio eletrônico como concorrente. “O cliente quer cada vez mais experiências, quer pesquisar, mas quer o contato, quer sentir o calor de um excelente atendimento. Entendemos que, cada vez mais, irá haver convergências, haja visto que os melhores resultados do e-commerce são em marcas que já possuem lojas no ambiente físico”, afirma o executivo.
Novas lojas
Mesmo meio a pandemia, os dois empreendimentos fecharam 2021 com uma lista extensa de novas lojas e, para 2022, são esperadas outras inaugurações. No Metrópole, são aguardadas a Puket, Botocenter, Livraria Leitura e a Lojas Riachuelo. No Golden Square, a rede Feliz Farma e Livrarias Curitiba chegam para agregar ainda mais o mix de lojas. No Shopping ABC, haverá inaugurações do Hospital Brasil Clínica Médica, a hamburgueria B Burguer, a Traymon Wear e a Barbearia Don Guillhermo.