Cultura & Lazer

Teat(r)o Oficina celebra 67 anos com temporada especial de visitas guiadas

Cacilda 1998- Na esquerda esquerda Cacilda Poli, usada por Beth Coelho.Na direta direita Ruth Escobar quem usava era a Ligia Cortez (Foto: Divulgação)

Localizado no bairro do Bixiga, em São Paulo, um sobrado de três pavimentos divididos em oito salas preserva um capítulo fundamental da história do teatro brasileiro. Somados figurinos, adereços e objetos de cena, a Casa de Acervo. Oficina reúne mais de 3 mil itens que marcam as últimas três décadas da companhia fundada por José Celso Martinez Corrêa (1937 – 2023), período em que foram encenados, entre outros, espetáculos emblemáticos como Hamlet (1993), Cacilda! (1998), Os Sertões: A Terra (2002), O Rei da Vela (2017) e Roda Viva (2019).     

O espaço, que funciona a menos de 1km da icônica sede do Teatro Oficina projetada por Lina Bo Bardi e Edson Elito, foi criado para abrigar, preservar e organizar esse patrimônio cultural que hoje alimenta tanto a memória histórica quanto novas criações artísticas. Inaugurada em 2023, a Casa de Acervo.Oficina vem se consolidando como um núcleo de memória e pesquisa onde o passado e o presente dialogam. Figurinos usados em montagens históricas podem ser locados, reutilizados e até mesmo integrados a  novas encenações, assegurando vitalidade à coleção.

“O acervo é fundamental não só pela memória, mas porque também alimenta as novas produções. Às vezes, um figurino criado décadas atrás continua a entrar  cena. É um patrimônio vivo em expansão constante. Preservar esses itens é preservar um pedaço da identidade cultural e histórica do teatro brasileiro e do teatro paulista”, explica a diretora de cena e diretora-geral da Casa de Acervo.Oficina, Elisete Jeremias, que conta com um núcleo duro de sete artistas da CIA. Uzyna Uzona e a contribuição de dez profissionais e estudantes das áreas de Biblioteconomia e Museologia que integram a equipe de catalogação dos figurinos do Teatro Oficina.

Preservação e Conservação de Acervo Têxtil

Dentro deste eixo diversas atividades formativas estão sendo desenvolvidas. A primeira delas, uma Oficina de Conservação e Restauração de Têxteis ministrada por Cláudia Nunes, referência internacional da área que se tornou consultora do projeto. A partir dessa oficina a equipe pode aprofundar conhecimentos sobre os cuidados necessários para a preservação dos figurinos, acessórios e objetos do acervo e está realizando ações para colocar esse aprendizado em prática, como a confecção de itens para o acondicionamento adequado das peças da casa. “Cláudia trouxe para nós não só técnicas, mas uma sabedoria de 40 anos de experiência em projetos de restauração no Brasil e fora do país. Ela já restaurou até mesmo um lenço de Dom Pedro II. O convívio com a Cláudia nos fez entender ainda mais a grandiosidade do trabalho que estamos realizando”, afirma o ator Victor Rosa, que integra o Oficina desde 2018 e é coordenador-geral do acervo

Teat(r)o Oficina, 67 anos

O Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona, companhia teatral mais antiga em atividade no Brasil, comemora seus 67 anos de fundação no dia 28 de outubro e abre uma nova temporada de visitas guiadas, que pela primeira vez inclui também a Casa de Acervo.Oficina. A programação acontece entre os dias 27 de setembro e 19 de outubro, sempre aos sábados e domingos, em horários distintos.

Ao todo, serão 16 visitas: oito ao Teatro Oficina (às 11h) e oito à Casa de Acervo.Oficina (às 15h). As atividades serão conduzidas por artistas e técnico-artistas da companhia – Cyro Morais, Fernanda Taddei, Elisete Jeremias, Gii Lisboa, Marília Piraju, Pedro Felizes, Sylvia Prado e Victor Rosa – que compartilham com o público a trajetória da Uzyna, marcada por quase sete décadas de invenção teatral, política, arquitetônica, urbanística e cinematográfica.

No dia 28 de setembro, uma das visitas ao Teatro Oficina será realizada em inglês, ampliando o acesso de visitantes internacionais. Um formulário para agendamento das visitas será disponibilizado no perfil de Instagram @casadeacervo.oficina.

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