Opinião

Telescópio Espacial Webb lançado com sucesso (I)

Na sexta (24), a humanidade ganhou um dos presentes científicos e tecnológicos mais valiosos: o Telescópio Espacial James Webb, lançado e posto em órbita. Não apenas por seu custo – o James Webb custou US$ 10 bilhões (R$ 57 bilhões) ou pelos 30 anos que demorou para ser construído. Uma de suas missões será mostrar as primeiras estrelas que iluminaram o Universo. A primeira parte de sua missão foi bem-sucedida, mas ainda há desafios pela frente.
O foguete lançador, um Ariane 5, da Agência Espacial Europeia (ESA), decolou do Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa, levando ao espaço o maior telescópio espacial já construído pela Humanidade.
Seu voo durou pouco menos de meia hora, com um sinal confirmando um resultado bem-sucedido obtido por intermédio de uma antena terrestre em Malindi, no Quênia.
O Webb é o sucessor do telescópio Hubble. Ganhou esse nome em homenagem a James Webb, um dos arquitetos dos pousos da nave espacial Apollo na Lua. Os engenheiros ligados às agências espaciais dos Estados Unidos, Europa e Canadá construíram o novo telescópio para ser 100 vezes mais poderoso do que o Hubble.
A decolagem era aguardada com um misto de ansiedade e nervosismo. Milhares de pessoas em todo o mundo trabalharam no projeto nas últimas três décadas e, embora o Ariane seja um foguete muito confiável, não há garantias nesse processo.
O lançamento do Webb é apenas o início do que será uma série complexa de atividades iniciais nos próximos seis meses. O telescópio está sendo posicionado em uma órbita entre a Terra e o Sol a cerca de 1,5 milhão de quilômetros da Terra, no chamado ponto de Lagrange L2.
Ao viajar para esse local, o Webb terá que se desfazer de sua configuração ‘dobrada’ original de seu lançamento – como uma borboleta emergindo de sua crisálida.
Isso não será fácil, reconheceu o administrador da Nasa Bill Nelson: “Temos que perceber que ainda há inúmeras coisas que têm que funcionar e têm que funcionar perfeitamente. Mas sabemos que em uma grande recompensa há um grande risco. E esse é o propósito disso. Por isso, nos atrevemos a explorar.”
No centro das capacidades da nova instalação está seu espelho dourado de 6,5 metros de largura, quase três vezes o tamanho do refletor primário do Hubble. (Continua)