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Tendência mundial, studios atraem jovens e investidores

Oferta de studios em São Paulo passou de 7 mil unidades por ano em 2016, para 52 mil unidades em 2024

   Em plena expansão nas principais cidades brasileiras, os apartamentos “studios” têm atraído grande público em busca de praticidade e economia. São investidores em busca de oportunidades lucrativas e inquilinos atrás de apartamentos compactos, funcionais e com ampla gama de serviços.

   Com isso, as construtoras têm seguido o perfil do consumidor e optando por lançamentos com espaços com menos de 45m². De acordo com o Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), a oferta de studios na capital paulista passou de 7 mil unidades por ano em 2016, para 52 mil unidades em 2024. Em 2023, foram lançados no mercado paulista 44.126 apartamentos estúdios. Somente este ano, com dados até setembro, foram 52.152 imóveis nestas características.

    “Vejo como uma tendência mundial. As famílias estão ficando cada vez menores. Muitos jovens estão em busca de morar sozinhos. Alguns idosos também buscam como uma alternativa segura, mais prática e preço atrativo”, analisa o diretor de Vendas da MBigucci, Robson Toneto.

   Segundo Robson, a localização é o fator principal. “Precisa ser perto de corredor de ônibus e/ou metrô, pois não são todos studios que possuem vagas de garagem”, diz.

   O executivo lista itens essenciais como lavandaria, que podem ser coletivas, piscina, área fitness, mini mercado e espaço beleza. Também conta que recentemente a MBigucci entregou o Station, no Jabaquara, e o New Life, no Ipiranga. “A tendência no ABC é que tenhamos mais lançamentos, pois realmente tem bastante demanda para pouca oferta de studios atualmente”, afirma.

   A MBigucci lançou recentemente, no Centro de São Bernardo, studios de 20,22 e 25 m², com ou sem garagem. “É um imóvel que tem atraído muitos investidores, por conta da alta rentabilidade de 0.9%  a 1%”, revela.

   Em relação ao ABC, o CEO da Jacy, Marcus Santaguita, analisa que a legislação não é favorável à implantação de apartamentos deste tipo. “Principalmente no tocante à obrigatoriedade de cada unidade ter que ter uma vaga de garagem o que onera demais o preço final. Também infelizmente não temos por aqui linhas de metrô, o que é uma condição crucial para esse tipo de produto”, comenta.

   Marcus revela que recentemente a construtora adquiriu um terreno na capital na região do bairro da Saúde, a 100m do metrô Praça da Árvore. “Para nossa surpresa, na pesquisa de mercado que contratamos, verificamos que o público se mostrou totalmente avesso a esse tipo de produto o que se confirma pelo alto número de unidades em estoque para esse tipo de produto na região. Optamos por fazer apartamento de 80 a 120m²”, afirma.

   “É um produto que tem bastante procura principalmente nas gerações mais jovens, acredito que seja uma tendência mundial para esse tipo de púbico que deseja “ser e não ter”, porém é apenas um nicho de mercado”, analisa Marcus.

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