Há algumas tradições que o consumidor não consegue fugir, como presentear familiares e amigos com ovos de chocolate na Páscoa. Para o varejo, é a terceira data mais rentável do ano, só ficando atrás do Natal e da Black Friday.
Paula Sauer, professora de economia e coordenadora do laboratório de inteligência financeira da ESPM, explica que o custo dessa tradição é alto e movimenta todo o ecossistema econômico: “Só em 2024, a data movimentou mais de R$ 3 bilhões apenas em ovos de Páscoa, chocolates e produtos afins. O impacto é ainda maior quando se somam as vendas de peixes, bebidas, produtos decorativos e refeições em restaurantes, para as famílias que organizam ceias e cardápios para a Semana Santa.”
A produção de chocolates cresce cerca de 25% a 40% entre janeiro e março, preparando-se para a Páscoa, período que representa até 40% do faturamento anual para algumas marcas de chocolate.
No entanto, o preço do cacau, causado pelas mudanças climáticas, tem feito empresas fabricantes mudarem suas rotas. Nos últimos dois anos, houve uma alta acumulada de 180% no mercado global. Paula, porém, explica que o impacto desse aumento tem sido contornado com algumas estratégias. “Muitas fabricantes estão optando pela redução do tamanho dos ovos de Páscoa e manutenção do preço, com o aumento do volume dos brindes mais baratos do que a quantidade de chocolate por ovo, além da redução da qualidade do chocolate utilizado. Essas táticas são chamadas de ‘reduflação’.”
Foto: Marcelo Camargo – A.Brasil
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