O ABC já registrou o primeiro caso da varíola dos macacos, mais precisamente, em Santo André. Trata-se de um morador de 36 anos que esteve na Europa e apresentou os sintomas após o retorno. O atendimento foi realizado em um hospital privado de São Paulo e o teste foi positivo para a doença. O munícipe permanece em isolamento domiciliar e com quadro estável. A Secretaria de Saúde, por meio do Departamento de Vigilância à Saúde, segue monitorando o caso.
No momento, o Brasil registra mais de 16 casos confirmados da doença, sendo dez no Estado de São Paulo, quatro no Rio de Janeiro e dois no Rio Grande do Sul.
Segundo informações do Ministério da Saúde, do Instituto Butantan e da Organização das Nações Unidas (ONU), a varíola dos macacos é transmitida pelo vírus monkeypox, que pertence ao gênero orthopoxvirus. É considerada uma zoonose viral (o vírus é transmitido aos seres humanos a partir de animais) com sintomas muito semelhantes aos observados em pacientes com varíola, embora seja clinicamente menos grave. O período de incubação da varíola dos macacos é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O nome monkeypox foi dado ao vírus, pois foi descoberto em um laboratório dinamarquês em 1958. O primeiro caso em humanos foi detectado em 1970, em uma criança na República Democrática do Congo. Atualmente, de acordo com a OMS, a maioria dos animais suscetíveis a este tipo de varíola são roedores, como ratos e cão-da-pradaria. A transmissão ocorre por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama. A transmissão de humano para humano acontece entre pessoas com contato físico próximo com casos sintomáticos.
As lesões passam por cinco estágios antes de cair, segundo o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. A erupção geralmente se desenvolve pelo rosto e depois se espalha para outras partes do corpo. A doença dura cerca de 2 a 4 semanas. O contato próximo com pessoas infectadas ou materiais contaminados deve ser evitado. Luvas e outras roupas e equipamentos de proteção individual devem ser usados ao cuidar dos doentes, seja em uma unidade de saúde ou em casa.
Na quinta (23), a OMS convocou reunião para definir se a varíola dos macacos pode ser considerada alerta de nível internacional. Segundo dados da Universidade de Oxford, há cerca de 2,6 mil casos registrados no mundo. A Espanha é o país com o maior número de casos do mundo e já pôs todas as autoridades de saúde em alerta.
É esperada uma ação conjunta contra o surto do vírus, afinal é importante contê-lo antes que saia de controle, como já ocorreu como o novo coronavírus. No Brasil, a Covid-19 já matou mais de 669,4 mil pessoas desde o início da pandemia, cujo severo avanço foi contido, graças à ampla cobertura vacinal no país. Atualmente, apenas um único laboratório no mundo fabrica a vacina já aprovada contra a varíola do macaco, o dinamarquês Bavarian Nordic, que possui uma única fábrica de produção, com capacidade anual de 30 milhões de doses.
É preciso torcer e acreditar que as autoridades mundiais irão se mobilizar rapidamente para evitar que a varíola dos macacos seja a nova pandemia mundial. Enquanto isso, a forma mais efetiva de proteção continua sendo a mesma da Covid, distanciamento social, o uso de máscara facial e álcool gel nas mãos.