A venda de carros wm fevereiro deste ano cresceu 15,67% , na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Foram vendidos 156,9 mil unidades no mês passado, somando automóveis, comerciais leves, ônibus e caminhões.
No total desses primeiros dos meses de 2018 o aumento foi ainda maior em comparação ao mesmo período do ano anterior (19,55%), as vendas somaram 338,1 mil unidades.
Com isso, a pergunta que fica, é hora de comprar um carro? “Se a pessoa possui dinheiro e tem uma real necessidade do veículo, pode ser um bom momento. Mas, se a pessoa não tem esse dinheiro, alerto que é necessário muito cuidado, principalmente na hora de parcelar, pois os valores vão muito além das prestações”, responde o presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiro, Reinaldo Domingos.
Domingos se refere ao fato de que os gastos com um veículo vão muito além de prestação ou combustível, como muitos imaginam. “Nos valores extras que estão as armadilhas, é preciso ter consciência sobre as diversas despesas envolvidas. As básicas são: prestações, seguro, combustível, manutenção, IPVA, licenciamento, lavagens e, até mesmo, possíveis multas”, alerta o presidente da Abefin.
Quem já possui um carro quitado, só deve tirar dessa lista as prestações. Mesmo assim, verá que a despesa total chegará, em média, a 2% do valor do carro. Assim, a manutenção de um veículo de 20 mil reais, por exemplo, tem um custo de aproximadamente 400 reais mensais.
“Vejo que muitos mantêm o carro apenas por status e o resultado é o endividamento ou a necessidade de devolver esse bem. Há famílias que possuem mais de um carro e deixam um deles parado na garagem, sem perceber que estão perdendo dinheiro. Outras o trocam pelo transporte público ou por Táxi ou Uber e obtém grande economia, sem piorar sua qualidade de vida”, sugere Domingos.
Enfim, ter ou não ter um carro é escolha de cada um, mas é preciso levar em conta a real necessidade e a capacidade de arcar com os custos mensalmente, algo que, na maioria das vezes, não é considerado pelos compradores.
Quero comprar, como saber se tenho condições financeiras?
Para saber se esse é realmente o momento certo de comprometer a sua renda com essa compra, Domingos sugere que saiba, primeiro, em qual situação financeira você se encontra: endividado, equilibrado financeiramente ou poupador.
Os que se encaixam na primeira situação devem evitar ao máximo comprar um veículo, pois o importante, nesse momento, é quitar as dívidas e não entrar em mais uma. Se possuir um carro for uma vontade grande, ele deve entrar na lista dos sonhos, a ser adquirido no médio ou longo prazo.
As pessoas equilibradas financeiramente, por sua vez, apesar de estarem em uma posição mais confortável, ainda precisam estar atentas. Basta um descuido e elas passam facilmente para a lista dos endividados, minando todas as chances de realizar seus sonhos, sejam eles de curto, médio ou longo prazos.
O consumidor equilibrado deve avaliar se a aquisição de um novo veículo já estava no planejamento. Se sim, é hora de pesquisar com calma e paciência todas as opções de carro que agrada, avaliando pontos fortes e fracos. De qualquer forma, é essencial refletir sobre a real necessidade da compra e analisar as finanças.
Caso a pessoa já possua um veículo, deve avaliar as vantagens e desvantagens de ter outro, até porque, adquirir um automóvel não é investimento, principalmente se for zero quilometro – já que, logo que sai da concessionária, o carro sofre, em média, 10% de desvalorização.