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Junho e nossos santos...

Publicado em DIVANIR BELLINGHAUSEN
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Esta semana vamos falar do nosso São João. Apesar de haver outro são João, o Evangelista, este que comemoramos é o Batista, que batizou Jesus imergindo-o nas águas do rio.
Jesus o chamou de “Filho do Trovão”. Seria por isso tantos fogos comemorando o seu dia? Eu tenho muitas boas lembranças do dia dele, 24 de junho. Era o dia em que nasceu meu irmão Ronald. Com meu avô João Domingues Tavares tendo nascido dia 19 e meu primo Tico, o Waldir Tavares dia 25, tudo era festa.
Uns dois meses antes já começávamos a fazer os balões, caixa, mexerica, bandeira brasileira, entre outros mais modelos. Depois de secos, ficavam dobrados em uma caixa. Eram mais de 50. Aí preparávamos as tochas. Derretíamos a parafina e cortávamos em tirar os sacos de estopa e com um fio de arame as enrolávamos já ficando prontas para serem presas nos bocais dos balões. No pátio saindo da cozinha meu pai junto com todos que participavam já ia formando uma grande fogueira, sempre com mais de 2 metros. O mastro dos 3 santos já estava armado.
Para a festa os amigos eram convidados e um baile organizado com minha mãe tocando o acordeom e todos dançando uma quadrilha improvisada. Meu pai Alberto já tinha estocado os fogos que ia comprar na Casa da China em São Paulo.
Um dia antes já preparávamos as comidas. Tinha que ter o cuscuz, os sanduíches variados, o bolo de fubá, os doces de batata doce, abóbora, cocada, paçoquinha, milho verde cozido, quentões de pinga e vinho, etc.
Para o baile eu, irmãs, primas e amigas preparávamos os cotions... Livretos? Coisas de minha mãe. Para quem não sabe (hoje em dia acho difícil alguém saber), fazíamos pares de cartões que se abriam, um para os rapazes e outro para os jovens. Para o encontro da dança. Um exemplo: Napoleão procure Desirée... Desirré procure Napoleão. Esses de figuras históricas. Ou então, de artistas de filmes famosos: Gene Kelly procure Cid Charisse... e o contrário. Flores: Cravo procure a rosa... também tinha aquelas das meninas colocarem um pé do sapato no meio da sala. Os rapazes escolhiam um e iam em busca de sua Cinderela. Muitos namoros começaram assim.
Depois íamos para o pátio acender a fogueira, soltar os balões e os fogos. No final da fogueira ficavam as cinzas em brasa. Meu pai, e o amigo Bambac começaram a provocar os jovens para atravessarem as brasas. Não lembro mais quem se arriscou. Eles, lógico, não podiam negar a brincadeira e saltando passaram. Outros então os seguiram.
Hoje os  balões não podem mais ser soltados. É crime! O perigo que ele caia e provoque incêndios ocasionou a proibição. Fogos? Com a difícil situação que o nosso país passa, poucos são os que os compram, pois é o mesmo que colocar o dinheiro no fogo.
Ainda vemos grupos em associações promovendo festas juninas e quadrilhas sendo realizadas. Nas escolas se mantém a tradição. Dia 29 de junho será nossa reunião do mês na Casa da Memória. Teremos os quentões, doces e salgados relacionados a época e dançaremos uma quadrilha improvisada. Vamos continuar comemorando o mês dos santos Juninos.
E não esqueçam que se estamos com frio, existe muita gente na rua sem uma coberta...
Um abraço Didi.

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