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As eleições de 2020

Publicado em Editorial
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O ano de 2020 já chegou e, com ele, mais uma eleição municipal vem aí. O dia dos eleitores irem às urnas será somente em 4 de outubro e as pessoas costumam se atentar para ao pleito quase que na véspera da votação, mas, os políticos já estão se preparando para o páreo, há um bom tempo.
No ABC, cinco prefeitos devem disputar a reeleição: Paulo Serra (Santo André), Orlando Morando (São Bernardo), José Auricchio Júnior (São Caetano), Adler Kiko Teixeira (Ribeirão Pires) e Atila Jacomussi (Mauá). Lauro Michels (Diadema) e Gabriel Maranhão (Rio Grande da Serra) que não poderão disputar, pois finalizam o segundo mandato, em breve, oficializarão, de fato, a escolha de seus sucessores.
No final de 2019, em entrevistas exclusivas, os prefeitos Paulo Serra (Santo André) e Orlando Morando (São Bernardo), em dias e momentos distintos, parafrasearam uma afirmação do ex-governo Geraldo Alckmin que dizia: “eleição só se comenta em ano par”. Então, pois bem, o ano par já chegou. Outra afirmação comum dos prefeitos da região é que estão preocupados com os atuais mandatos e nem pensam nas eleições, o que de fato, está politicamente correto, porém, sem nenhuma validade na prática.
Seria ingênuo demais esperar que os políticos não se preocupassem com as eleições, pois vivem de votos. Afinal, essa é a essência da democracia representativa. O que se vê em anos eleitorais é o de praxe: intensificam o ritmo das entregas de obras, equipamentos de saúde e grandes expoentes do governo. No entanto, um político que deixa de fazer seu trabalho por receio de perder votos corre o risco de não ganhar votos e ainda perder os que já tem. Se os prefeitos demonstrarem a consciência de que é preciso trabalhar pelo bem dos municípios a todo momento, mesmo em “ano eleitoral”, o eleitor certamente haverá de reconhecer o seu valor. Porém, no geral, o que se tem é mero oportunismo, que nada acrescenta aos municípios e que, ao contrário, colabora decisivamente para o abastardamento da política, com a consequente descrença na atividade política como meio de expressão genuinamente democrática.
Tudo igual. Mas nem tudo. Algumas coisas serão diferentes da eleição municipal de 2016. A eleição de 2020 será abastecida majoritariamente com recursos públicos. Será a primeira vez, por exemplo, que candidatos a prefeito e vereador poderão contar com dinheiro do Fundo Eleitoral para fazer campanha. O fundo de R$ 1,7 bilhão já foi utilizado em 2018, nas eleições gerais (para presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual). Agora, R$ 2,034 bilhões estão previstos no Orçamento para a campanha de 2020, que deverão ser distribuídos aos 33 partidos em funcionamento no País. Já as contribuições de pessoas físicas são permitidas, mas limitadas a 10% da renda do doador. As siglas ainda terão o fundo partidário, no valor de R$ 959 milhões em 2020.
No ABC serão reeleitos aqueles que, em suma, melhor conseguiram gerar positividade nos efeitos da economia no bolso dos cidadãos. Afinal, segundo Anthony Downs (1957), o cidadão, dentro de uma racionalidade individual, comporta-se diante de uma urna como um consumidor no mercado, isto é, age racionalmente sob a lógica de custo-benefício. A ênfase na racionalidade pressupõe o caráter instrumental do voto - capacidade do eleitor em reconhecer seus interesses e votar naqueles que melhor convergem com seus objetivos e crenças. Em caso de bons resultados na economia, aumentam-se as chances da situação, enquanto as chances da oposição tendem a se elevar na medida em que o governo não apresenta bons desempenhos no campo econômico.

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