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Adiada a flexibilização das máscaras

Publicado em Editorial
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Os paulistas estavam esperançosos com a liberação do uso de máscaras em ambientes ao ar livre, que estava previsto para entrar em vigor no dia 11 de dezembro. Porém, a confirmação de três casos da variante ômicron, nessa semana, fez o Comitê Científico de Combate ao Coronavírus do Governo do Estado orientar o adiamento da flexibilização. Na quinta (2), o governo de São Paulo recuou e desistiu de liberar a medida. O anúncio foi feito pelo governador João Doria, durante agenda oficial em Nova York, nos Estados Unidos.
Descoberta há cerca de duas semanas na África do Sul e classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma variante de preocupação (VOC), a ômicron já está presente em mais de 29 países. Ainda faltam pesquisas para determinar, de maneira assertiva, sua transmissibilidade, letalidade e resistência às vacinas. Até agora, o que se sabe é que a ômicron é mais transmissível e que os sintomas são diferentes dos da variante Delta, que, atualmente, é responsável pela maioria dos casos de Covid-19 no mundo.
A descoberta da nova cepa do vírus e o alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) que apontou risco global “muito alto” da ômicron, impulsionou os planos de evitar aglomerações. Governos já têm cancelado festas de Réveillon pelo Brasil. Mais de dez cidades brasileiras, entre elas Belo Horizonte, Brasília, Florianópolis, Fortaleza, João Pessoa, Salvador e até o Guarujá já cancelaram eventos públicos de ano-novo. Em São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes decidiu cancelar a festa na Avenida Paulista, após estudo realizado pela Secretaria de Saúde apontar necessidade de cautela.
A nova variante acabou com a ilusão de quem acreditava que a pandemia de Covid-19 já era uma tragédia superada. Novamente, o mundo está diante da ameaça de uma nova onda de infecções. A OMS estimou que levará semanas até que os riscos sejam plenamente conhecidos. Enquanto isso, famílias, amigos irão se reencontrar e confraternizar nas festas de final de ano. Haverá Natal e o Réveillon, o que poderá intensificar qualquer possibilidade de transmissão da nova variante.
Mas, o que impressiona é a incompreensão ou negligência de parte da população. Uma pandemia não conhece limites geográficos. De nada adianta ter altos níveis de imunização em uma determinada localidade se, por exemplo, na cidade vizinha os índices forem pífios.
O fim de uma pandemia dependerá da união de esforços entre os países. Há uma brutal desigualdade na distribuição de vacinas e isso abriu espaço para o coronavírus continuar a circular livremente. Se de um lado há países pobres, onde as populações são menos vacinadas, por falta de acesso aos imunizantes disponíveis, de outro há nações ricas ou de renda média, onde os cidadãos têm fácil acesso às vacinas, mas se recusam a recebê-las por razões egoístas e individualistas, que beiram questões políticas, passam por teorias conspiratórias ou, pelo simples fato do “direito à escolha”.
Parece que a principal lição que a pandemia do coronavírus ensinou: a união, a soma de esforços em prol do bem coletivo e a responsabilidade em tomar conta de si, para não prejudicar o outro cidadão já está sendo esquecida. É preciso evitar que o Brasil e o mundo retrocedam e voltem ao terrível recrudescimento da pandemia e isso só será possível com união.

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